CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Cayman: Frankenstein, Drácula, Zé do Caixão e cia.

   Mais um pouco da arte do Cayman. Estas ilustrações são para um projeto ambicioso que nosso amigo desenhista está desenvolvendo há alguns anos. Na primeira imagem, é este normalmente pacato escriba quem aparece ao centro, com cara de mau e pose de “mexeu comigo, mexeu com meus amigos atrás de mim”. Os amigos em questão são ninguém menos do que Ted Cassidy como o monstro de Frankenstein e Christopher Lee como Conde Drácula, na versão Jesús Franco. Na segunda imagem, uma merecida homenagem ao horror brasileiro, colocando Zé do Caixão na companhia de uma loba sensual e mortal. Finalmente, o alter-ego do próprio Cayman é representado na terceira imagem, um Cavaleiro Negro armado no melhor estilo spaghetti-western. Contando com uma providencial ajuda do sobrenatural, vamos aguardar que essa obra ambiciosa de nosso imaginativo amigo veja a luz... ou as trevas!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Seleção do horror: pôster do campeão


   Aqui está o que faltava: o exclusivo pôster de campeão da nossa seleção de craques do cinema de horror. A eleição, com participação de dezenas de leitores-técnicos, escolheu nosso escrete dos 11 astros mais queridos dos filmes de horror (na verdade, um 12º nome se infiltrou na nossa lista e foi prontamente escalado como o mascote do time: obviamente um Corvo!).
   A arte é uma gentileza de nosso querido amigo Cayman, que dedicou muitas horas para retratar nossos 11... ops, quero dizer, 12 heróis das telas. Também foi idéia do Cayman me colocar como técnico da seleção, devidamente trajado de Morte, e me senti honrado de ter esse time na ponta da minha foice. Comigo em cena, somos 13, o que é um sinal de mau agouro... para os adversários, claro!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

EXCLUSIVO! Cursos de cinema de horror e ficção científica

   Nos últimos dois anos, em meio a tantos outros projetos, tenho me dedicado a organizar e ministrar cursos sobre cinema de horror, atividade que se revelou muito prazerosa, ao mesmo tempo em que tem sido um grande desafio, pois tenho me empenhado ao máximo para que esses cursos tenham o melhor nível possível. O projeto começou com a criação dos cursos A História do Cinema de Horror e O Cinema de Alfred Hitchcock, ambos apresentados em Fortaleza em agosto de 2008. O sucesso dos cursos resultou no convite para participar do Fantaspoa, o Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, onde apresentei novamente o curso com a história do cinema de horror, além de fazer parte do júri da mostra competitiva do festival e comandar um debate sobre o cinema fantástico francês (afinal, 2009 foi “o ano da França no Brasil”).
   O convite para participar do Fantaspoa se repetiu este ano, e no momento estou em fase de desenvolvimento de dois mini-cursos para serem ministrados durante o festival: O Horror no Cinema Brasileiro e Ficção Científica da Década de 1950. O primeiro tem como base a pesquisa que tenho realizado há alguns anos e que resultou na mostra de mesmo nome que foi apresentada em Brasília e Rio de Janeiro. O conteúdo apresentado no curso acrescenta cerca de 50 filmes aos mais de 140 documentados no livro-catálogo da mostra do CCBB. O curso sobre a ficção científica clássica tem como tema “temor da bomba atômica e horrores da era nuclear” e tem sido tratado, além de um panorama da gênese do gênero nas telas de cinema, como um complemento do curso sobre o cinema de horror, pois a ficção científica invadiu o cinema dos anos 50 propondo uma transformação na fórmula dos filmes de horror, devidamente adequada à nova realidade. Algo do tipo como aprendi a começar a me preocupar e a temer a bomba, só para fazer uma brincadeira com a comédia Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick.
   As ementas dos quatro cursos, com resumo da proposta e listas dos tópicos abordados em cada um, encontram-se na coluna à direita. Tenho muita vontade de levar esses cursos a quaisquer lugares interessados em debater esses temas deliciosos, portanto gostaria de receber propostas de pessoas dispostas a organizar eventos em escolas, cineclubes, centros culturais ou qualquer empreendimento independente que seja voltado à discussão intelectual, à difusão cultural ou ao simples prazer de falar sobre cinema, essa paixão de todos nós.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Incrível! Fantástico! Extraordinário! (1947-1958)

   Eu estava quase finalizando esta postagem quando, por uma feliz coincidência, Laura Cánepa postou no blog dela um texto sobre a adaptação cinematográfica de Incrível! Fantástico! Extraordinário! (1969). Isso me motivou a colocar logo no ar esse texto, pois aqui falo especificamente sobre o programa de rádio que, durante mais de dez anos, prejudicou o sono de muitos ouvintes. Não faltam sequer relatos (aparentemente um tanto exagerados) até de pessoas que cometeram suicídio depois de acompanhar os contos assustadores que eram narrados no programa. Ótima publicidade, sem dúvida.
   Incrível! Fantástico! Extraordinário! foi criado por Henrique Foreis Domingues, mais conhecido como Almirante, um dos nomes mais importantes do rádio brasileiro. O programa era transmitido pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, apresentando dramatizações de casos fantásticos, sobrenaturais e inexplicados, os quais supostamente eram relatos verídicos enviados pelos ouvintes e narrados por Almirante e pelo elenco da rádio. Os textos eram escritos por José Mauro e, posteriormente, por Cesar de Barros Barreto. Cada programa era composto por quatro histórias curtas, narradas em clima de suspense, com direito a sonoplastia e música incidental, tudo desempenhado ao vivo no estúdio.
   O programa estreou em 21 de outubro de 1947, quando foram ao ar as histórias A AranhaO Comandante, Saci Pererê e O Baile. Seguiram-se centenas de programas, apresentando casos como Pianinho de Brinquedo, O Estranho Homem Que Queria Construir uma Granja, O Defunto Que Respondia as Perguntas, O Fantasma da Negra Que Vendia Acarajé, O Cadáver Que Se Levanta da Cama e Pede um Café e tantas outras narrativas tão pitorescas quanto intrigantes. O último programa foi ao ar em 1958. Parte do acervo da série foi restaurado e está disponível para compra na página do Collector’s Studio. Quem se interessar em comprar toda a coleção deve se preparar para desembolsar mais de R$ 600. Ou então pode saciar a curiosidade ouvindo o programa abaixo, infelizmente com qualidade de som sofrível.


   A série causou enorme impacto por todo o país, um testemunho valioso do poder do rádio na época, deixando as pessoas apavoradas, imaginando da maneira mais assustadora possível as histórias narradas a cada episódio. A sofisticação do programa chegava ao ponto de dar nome e endereço completo das pessoas que enviavam os relatos, além de garantir que tudo era cuidadosamente investigado, com integrantes da equipe de produção indo ao local onde teria ocorrido o fenômeno sobrenatural. Difícil acreditar que isso acontecia de verdade, mas certamente servia para inflamar ainda mais a imaginação dos ouvintes.
   O sucesso do programa se repetiu numa edição em livro, no qual o próprio Almirante selecionou 70 dos casos assombrosos mais populares dramatizados no rádio. O volume foi lançado originalmente em 1951 pelas edições O Cruzeiro e reeditado em fins da década de 80, com uma organização mais cuidadosa e focada na pesquisa e no aspecto histórico do programa, pela editora Francisco Alves.
   O programa também inspirou o longa-metragem em episódios Incrível! Fantástico! Extraordinário!, dirigido por C. Adolpho Chadler em 1969, o qual é abordado detalhadamente aqui, e virou série de televisão na temporada 1994-95. Produzido pela TV Manchete e apresentado por Rubens Correa, a nova encarnação de Incrível! Fantástico! Extraordinário! só reaproveitou o nome da clássica criação de Almirante. Os roteiros deixaram de lado os pretensos ‘causos’ verídicos e buscaram inspiração em contos literários, como no programa de estréia, de 23 de novembro de 1994, com o popular A Garra do Macaco. Seguiram-se outros doze episódios (pelo menos tenho gravado esses treze programas; não acredito que a série seja maior do que isso), incluindo títulos como Gêmeas, O Fantasma da Prostituta, A Casa da Clareira e O Relógio do Tempo. Porém, o nível de produção era baixíssimo, com praticamente todas as tramas se passando numa casa de fazenda. Afastadas do cenário urbano, essencial para evocar alguma credibilidade, as histórias quase sempre eram desprovidas de interesse. O derradeiro programa, intitulado Possessão, foi ao ar em 22 de fevereiro de 1995, e a série desapareceu da grade da emissora sem deixar saudades.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Shock SuspenStories: Frank Frazetta

Homenagem a Frank Frazetta (1928-2010).


   Como todo mundo sabe, o mestre imbatível das ilustrações de fantasia e ficção científica começou a carreira como quadrinista de horror. A HQ Squeeze Play, publicada originalmente na revista Shock SuspenStories nº 13, de fevereiro/março de 1954, é a única história ilustrada somente por Frank Frazetta para as publicações da EC Comics. Nos demais compromissos para a editora ele sempre trabalhou em parceria de outros artistas. Esta HQ ainda tem como curiosidade o fato de Frazetta ter desenhando ele próprio como protagonista. A capa do gibi, que também se refere a esta história, foi feita por Jack Kamen.
   A HQ foi publicada no Brasil na revista Cripta do Terror nº 1, lançada pela editora Record em 1991, com o título Dia de Praia, impressa em preto e branco num papel jornal que - num mundo ideal - não seria usado nem para embrulhar peixe. Por isso preferi publicar aqui no blog a versão original a cores.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Um Belo Filme (1910), de Guillaume Apollinaire


Um Belo Filme

Guillaume Apollinaire

     — Quem não tem um crime na consciência? – perguntou o barão d’Ormesan. — De minha parte, nem me dou mais ao trabalho de contá-los. Cometi alguns que me renderam muito dinheiro, e se hoje não sou milionário, devo culpar mais os meus desejos do que os meus escrúpulos.
     Em 1901, juntamente de alguns amigos, fundei a Companhia Internacional Cinematográfica, a qual chamamos CIC, para abreviar. Nosso objetivo era produzir filmes de grande interessse e, em seguida, exibi-los nos cinemas das maiores cidades da Europa e da América. Nosso programa estava muito bem composto. Graças à indiscrição de um empregado doméstico, conseguimos obter uma cena interessante mostrando o presidente da república no momento em que se levantava da cama. Conseguimos filmar também o nascimento do príncipe de Albânia. Em outra oportunidade, subornando alguns funcionários do sultão a preço de ouro, pudemos registrar para sempre a impressionante tragédia do grão-vizir Malek-Pacha, o qual, depois de dolorosas despedidas de suas esposas e filhos, bebeu o funesto café, por ordem de seu mestre, no terraço de sua residência em Pera. 
     Somente nos faltava a representação de um crime. Porém, não sabemos com antecedência a hora de um ataque, e é muito raro que criminosos ajam abertamente.
     Sem esperanças de conseguir por meios lícitos o espetáculo de um ataque, decidimos organizar um por nossa própria conta em uma casa de campo que alugamos em Auteuil. Inicialmente pensamos em contratar atores para simular o crime que queríamos, mas, além do fato de que estaríamos enganando nossos futuros espectadores ao lhes oferecer cenas falsas, como estávamos acostumados a não filmar nada além da realidade, não poderíamos nos satisfazer com uma simples encenação dramática, por mais perfeita que fosse. Também tivemos a idéia de sortear qual de nós seria encarregado de cometer o crime que nossa câmera gravaria. Entretanto, era uma perspectiva que desagradava a todos. Afinal, éramos uma sociedade formada por pessoas honestas e ninguém estava disposto a perder a honra, nem mesmo para fins comerciais.
     Certa noite, montamos uma emboscada na esquina de uma rua deserta, próxima da propriedade que havíamos alugado. Éramos seis, todos armados com revólveres. Surgiu um casal, um homem e uma mulher, ambos jovens, cuja elegância muito apurada nos pareceu adequada para propiciar elementos interessantes de um crime sensacional. Silenciosos, avançamos sobre os dois e os levamos amordaçados para casa. Ali, os deixamos sob a guarda de um dos nossos. Voltamos ao local da emboscada e um senhor de bigodes brancos, em trajes de noite, apareceu na rua; fomos ao seu encontro e o arrastamos para a casa, apesar de sua resistência. A visão de nossos revólveres deu conta de sua coragem e de seus gritos.
     Nosso fotógrafo posicionou a câmera, iluminou a sala adequadamente e se preparou para registrar o crime. Quatro de nós se colocaram ao lado do fotógrafo apontando as armas aos nossos três cativos.
     O jovem casal ainda estava inconsciente. Os despi com muito cuidado. Tirei a saia e o corpete da moça e deixei o rapaz em mangas de camisa. Então falei ao cavalheiro de paletó:
     — Senhor, nem eu e nem meus amigos lhe desejamos mal algum. No entanto, exigimos que você, sob ameaça de morte, assassine este homem e esta mulher, usando o punhal que está aos seus pés. Primeiro de tudo, deve fazê-los despertar do desmaio, tomando cuidado para que não o estrangulem. Como estão desarmados, sem dúvida você vai conseguir seu objetivo.
     — Senhor – respondeu educadamente o futuro assassino –, não tenho outra escolha senão ceder à violência. Você cuidou de todos os arranjos e não pretendo fazê-lo repensar uma decisão cujo motivo não é claro para mim, mas lhe peço um favor, apenas um: permita-me que use uma máscara.
     Nos consultamos e resolvemos que era melhor, tanto para ele quanto para nós, que usasse uma máscara. Amarrei sobre seu rosto um lenço, no qual fiz dois buracos para os olhos, e então o sujeito começou sua tarefa.
     Ele golpeou o rapaz com as mãos. Nosso aparato fotográfico começou a funcionar e registrou esta cena lúgubre. O assassino, usando o punhal, golpeou a vítima no braço. O jovem se pôs de pé e pulou, com força redobrada devido ao medo, sobre as costas de seu agressor. Houve uma breve luta. A moça recobrou a consciência e correu para socorrer o amigo. Foi a primeira a cair, esfaqueada no coração. Depois foi a vez do rapaz, que sucumbiu com a garganta cortada. O assassino fez bem sua parte. O lenço que cobria seu rosto não se mexeu durante a luta. Manteve-se no lugar enquanto a câmera esteve trabalhando.
     — Vocês estão satisfeitos? – ele nos perguntou. — Posso agora fazer a minha higiene?
     Nós o parabenizamos pelo seu trabalho, ele lavou as mãos, penteou os cabelos e escovou suas roupas. Em seguida, a câmera foi desligada.

* * *

     O assassino esperou até que tivéssemos removido todos os traços da nossa passagem, pois a polícia não deixaria de vir no dia seguinte. Saímos todos juntos. O assassino se despediu de nós, como um homem do mundo. Voltou às pressas para o seu clube, pois, sem dúvida ele ganharia somas fabulosas na mesma noite, depois de uma aventura destas. Saudamos o jogador, agradecendo-lhe, e fomos dormir.
     Nós conseguimos nosso crime sensacional.
     Ele fez um barulho tremendo. As vítimas eram a esposa do ministro de um pequeno estado dos Bálcãs e seu amante, o filho do pretendente ao trono de um principado no norte da Alemanha.
     Havíamos alugado a casa de campo sob um nome falso, e o gerente, para não ficar em apuros, declarou ter reconhecido seu inquilino como sendo o jovem príncipe. A polícia bateu os dentes durante dois meses. Os jornais publicaram edições especiais, e, como havíamos saído em turnê, você pode imaginar o nosso sucesso. A polícia não supôs por um instante que apresentávamos o assassinato real. No entanto, tivemos o cuidado de anunciar isso com todas as palavras. Mas o público não foi enganado. Ele nos deixou entusiasmados e, tanto na Europa quanto na América, o que ganhamos para distribuir aos membros de nossa associação, depois de seis meses, foi a soma de 342.000 francos.
     Como o crime causou muito estardalhaço por permanecer impune, a polícia eventualmente prendeu um levantino, o qual não foi capaz de fornecer um álibi válido para a noite do crime. Apesar de seus protestos de inocência, foi condenado à morte e executado. Tivemos outra boa oportunidade. Nosso fotógrafo conseguiu, por um feliz acaso, assistir à execução, e acrescentamos ao nosso espetáculo uma nova cena, feita para atrair as multidões.
     Quando, após dois anos, por razões que prefiro não explicar, nossa associação foi dissolvida, peguei nas mãos minha parte, mais de um milhão, que perdi novamente no ano seguinte nas corridas.

FIM

   Intitulado Un Beau Film no original, este conto é obra do escritor, poeta e crítico francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), importante homem das letras de sua época, responsável por cunhar o termo ‘surrealismo’. Colega de artistas como Pablo Picasso, André Breton, Jean Cocteau, Marc Chagall e Marcel Duchamp, foi um dos nomes mais importantes da comunidade artística de Montparnasse, em Paris. Foi preso em 1911, sob a suspeita de ter roubado o quadro Mona Lisa. Libertado uma semana depois, incriminou o amigo Picasso, que também foi detido para interrogatório. Apollinaire lutou na Primeira Guerra Mundial, sendo ferido em combate em 1916. Morreu dois anos depois, vitimado pela epidemia de gripe espanhola que dizimou dezenas de milhões de vidas ao redor do globo.
   Neste texto, que faz parte do ciclo de contos intitulado L’Amphion Faux Messie ou Histoires et Aventures du Baron d’Ormesan, publicado originalmente na coletânea L’Hérèsiarque et Cie., de 1910, Apollinaire praticamente inventa o ‘snuff movie’. E isso quando o cinema ainda estava engatinhando, mais de meio século antes dos crimes da ‘família’ de Charles Manson darem origem ao mito urbano dos ‘snuff’, e pelo menos 60 anos antes do filme de horror Snuff, realizado na Argentina por um casal estadunidense, chocar as platéias novaiorquinas com sua cena forjada de sexo, assassinato, desmembramento e evisceração. A tradução do conto é de minha autoria, a partir do original em francês e de uma versão em espanhol. Àqueles que se interessam pela história do horror, mais especificamente pelo imaginário cinemático do gênero, eis mais uma dessas preciosidades (quase) perdidas no tempo, uma evidência concreta - e poética - do quanto a magia recém-nascida das fotografias em movimento incendiava as mentes inquietas dos artistas e pensadores na virada do século passado.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mamá (2008)


   Não é exatamente um curta-metragem; para mim, é mais um exercício de como se filmar cenas de medo. Nesse sentido, atingiu plenamente o objetivo. Vale assistir sozinho, no escuro, com fones de ouvido, som bem alto... A reação (provavelmente) será de uma deliciosamente arrepiante sensação de pavor que o cinema cada vez mais parece estar desaprendendo como fazer. O todo-poderoso Guillermo del Toro está à frente de um projeto com o diretor Andy Muschietti para ampliar Mamá ao formato de longa-metragem. Resta torcer para que ele tenha fôlego para sustentar esse estilo clássico na duração de um feature e que seja capaz de contar uma boa história de fantasmas ou zumbis ou possessão ou qualquer coisa que nos cause medo.

Boca do Inferno: 9 anos

   Depois de muito suspense, expectativa e uma dose sádica de terrorismo, finalmente entrou no ar a nova versão do site Boca do Inferno, o mais completo portal de filmes de horror do Brasil. Tem muita gente boa participando do site, a começar pela dupla Marcelo Milici e Renato Rosatti, que carrega heroicamente essa idéia há quase uma década. Merece ser visitado regularmente por qualquer um que se interesse pelo gênero.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Galeria de Arte: Vincent Price

Enquete: seleção do horror

   O Dunga surpreendeu mesmo: sua convocação da seleção brasileira, anunciada esta tarde, conseguiu reunir um dos piores escretes que consigo me lembrar. A única certeza é que será divertido demais torcer contra o Brasil na Copa do Mundo. Olha só o ‘criativo’ meio-campo do Brasil: Felipe Melo, Josué, Elano e Julio Baptista! Brrrr... Agora já não tenho tanta certeza de que nossa seleção de astros do horror assusta mais do que a do Dunga! Só não restam dúvidas de que a nossa é MUITO melhor; tão melhor que joga com 12!
   Trinta técnicos ajudaram a convocar a seleção dos maiores craques do cinema de horror de todos os tempos, consagrando o ídolo Vincent Price, com 28 votos (93%) como o legítimo ‘capitão’ do time do medo. A escalação é completada por Christopher Lee, com 25 votos (83%), Bela Lugosi e Boris Karloff, 22 cada (73%), José Mojica Marins, dando um toque bem brasileiro, com 21 votos (70%), Peter Cushing, 17 (56%), Anthony Perkins, 12 (40%), Bruce Campbell, Lon Chaney e Peter Lorre, cada um com 11 votos (36%), e Paul Naschy e Robert Englund, 10 votos (33%).
   O banco de reservas também está cheio de monstros de respeito: Donald Pleasence, com 9 votos (30%), um quarteto de zagueiros compostos por Basil Rathbone, Conrad Veidt, John Carradine e Lon Chaney Jr., com 8 votos cada um (26%), o trio de meio-campistas com Anthony Hopkins, Klaus Kinski e Ray Milland, 7 (23%), o ‘homem da criação’ Johnny Depp, 6 (20%) e ainda a eclética linha ofensiva com Oliver Reed, Roddy McDowall, Udo Kier e Wilson Grey, cada um recebendo 5 votos (16%). Isso totaliza 25 atores, a elite do cinema de horror ao longo de muitas décadas.
   Os demais candidatos terminaram nesta ordem: Donald Sutherland e Jack Palance, 4 votos cada (13%), George Zucco, Jeffrey Combs, John Agar, Joseph Cotton e Tim Curry, 3 votos (10%), Brad Dourif, Burgess Meredith, Charles Laughton, Frank Langella, John Saxon, Lance Henriksen, Lionel Atwill, Martin Landau, Rondo Hatton, Sid Haig, Tod Slaughter, cada um com 2 votos (6%), e finalmente Cameron Mitchell, Claude Rains, Dwight Frye, Michael Gough, Ralph Bates, Richard Carlson, Robert Quarry, Stuart Whitman e Tony Todd, que foram clicados 1 vez cada um (3%). Não foram votados: Anton Diffring, Edward Van Sloan, German Robles, Herbert Lom, Howard Vernon, J. Carrol Naish, Julian Sands e Narciso Ibáñez Menta. No caso deste último, ficou claro que não tem lugar para argentino em nossa seleção de craques!
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