CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

José Mojica Marins: os 10 filmes de horror preferidos de Zé do Caixão

   Interrompo um longo e desagradável silêncio, durante o qual tive que cuidar de compromissos urgentes, para tentar dar alguma vida a este blog. Continuo diante de um grande desafio para concretizar dentro do mês de setembro, mas aproveito esses minutos de folga para respirar e trazer algo para vocês não me abandonarem de vez. A rotina também será quebrada na semana de 13 a 17 de setembro, quando terei o prazer de novamente ir para Porto Alegre, desta vez para ministrar o curso A Obra de Alfred Hitchcock para a produtora Cena Um. Estou com grandes expectativas para voltar a falar de Hitch, pois é sempre um imenso prazer poder discutir a fundo a obra do maior de todos os cineastas.
   Falando em “maior de todos”, apresento aqui, com exclusividade, a lista dos 10 filmes de horror preferidos de José Mojica Marins, nosso representante maior do gênero no Brasil, pai do imortal Zé do Caixão. Listas são sempre divertidas, polêmicas, absurdas, às vezes ultrajantes e inaceitáveis, esdrúxulas; a gente até se acha no direito de proibir o sujeito de escolher este ou aquele filme como um de seus prediletos. E essa lista é meio assim - e nesse sentido, tem a cara do Mojica!
   Quem quiser comparar escolhas de filmes, há alguns meses publiquei a lista do Martin Scorsese, e na mesma postagem também discutimos a lista do William Friedkin, entre outras. Portanto, comentem, discordem, concordem, xinguem, coloquem seu próprio top ten do horror; enfim, façam alguma coisa para que esse tópico demonstre que o blog está morto-vivo, porém jamais enterrado!

1. O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, 1968)


   Alguém certa vez definiu José Mojica Marins como “o tudo da tudeza”; se não me engano, foi algum dos personagens de alta octanagem do documentário Horror Palace Hotel, de Jairo Ferreira e Rogério Sganzerla. E eu, que tenho a mania de adotar os jargões mais estapafúrdios, adoro definir algo muito bom como “o tudo da tudeza”. Em termos de cinema de horror, O Bebê de Rosemary definitivamente é “o tudo da tudeza”. Mojica concorda e coloca a obra-prima de Roman Polanski em primeiro lugar em sua lista, “pois é uma história que realmente pode acontecer com o ser humano”, segundo o brasileiro.

2. Torre de Londres (Tower of London, 1939)


   Esta aventura medieval tem importância histórica para o cinema brasileiro de horror por ter sido uma das influências de Mojica para fazer de sua criação Zé do Caixão um defensor das crianças, como ele explica: “tem uma cena que me marcou muito, quando Boris Karloff pisa com força em uma criança”. A cena está em algum trecho do vídeo acima.

3. Poltergeist, o Fenômeno (Poltergeist, 1982)


   Os fantasmas brincalhões de Poltergeist conquistaram a admiração de Mojica, que defende a obra destacando que “Steven Spielberg conseguiu um visual que ultrapassou o limite do que tem limite”.

4. Silêncio nas Trevas (The Spiral Staircase, 1945)


   Este clássico thriller de horror da década de 40 garantiu presença na lista de preferidos de Mojica graças ao intenso desempenho da protagonista, uma criada muda imersa numa trama de loucura e assassinatos numa mansão sinistra. O cineasta brasileiro resume o impacto do filme e define sua essência como “um grito de dor de uma mulher que penetra nos nossos tímpanos e mexe com nosso cérebro”.

5. O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991)


   A elegância extravagante de Hannibal Lecter, a quintessência do vilão sofisticado e cruel, ganhou a admiração de Mojica, elogiando especialmente a interpretação de Anthony Hopkins: “o ator convence com a sua maneira canibal”.

6. Hannibal (2001)


   Mojica aprovou a continuação do ‘homem canibal’, a qual define como “também muito forte”.

7. Os Outros (The Others, 2001)


   A justificativa de Mojica para a escolha deste filme é puramente spoiler (então não leia se ainda não viu o filme!): “Um final realmente surpreendente, quando descobrimos que os personagens centrais tinham medo dos vivos e eles mesmos estavam mortos”.

8. Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967)


   O segundo exemplar da saga de Zé do Caixão é o preferido de seu criador, pois é “onde o personagem transcende a normalidade dentro de um sadismo fora de série”. Laura Cánepa realizou há alguns meses uma enquete para escolher o melhor filme do Mojica em seu blog.

9. Jogos Mortais V (Saw V, 2008)


   Precursor do estilo de horror com muita violência e cenas extremas de tortura e morte, Mojica é admirador da tendência moderna denominada ‘torture porn’, perfeitamente representada pela cinessérie Jogos Mortais. O preferido do cineasta é o quinto exemplar, no qual, segundo Mojica, “a violência alcança seu pináculo e consegue mexer com o nervo do telespectador”.

10. O Chamado (The Ring, 2002)


   Quase metade dos filmes de horror preferidos do Mojica são do ano 2000 em diante, o que demonstra, no mínimo, que o veterano cineasta continua interessado em conhecer o que acontece de novo com o gênero. Este blockbuster hollywoodiano sobre o fantasma vingativo de uma menininha é elogiado por Mojica porque “mexe com o subconsciente do ser humano”.

domingo, 1 de agosto de 2010

Houdini: The Movie Star

   Harry Houdini (1874-1926) foi o maior dos escapistas e ilusionistas, famoso mundialmente por suas fugas quase impossíveis de camisas de força, correntes com cadeado e tanques cheios d’água infestados de tubarões famintos (essa parte do tubarão eu inventei, mas o resto é verdade!). O que pouca gente sabe é que Houdini também foi astro de cinema, chegando a protagonizar um seriado e filmes de aventura, mistério e ficção científica, nos quais desempenha seus consagrados números de escapismo. Essa curiosíssima faceta de Houdini foi devidamente resgatada na coleção Houdini: The Movie Star, lançada pela Kino, um luxuoso box com três DVDs trazendo a obra cinematográfica completa do mestre de todos os ilusionistas. A caixa é formada pelo seriado The Master Mystery (1920) e os filmes Terror Island (1920), The Man from Beyond (1922) e Haldane of the Secret Service (1923), além de extras valiosíssimos.
   Houdini, nascido Ehrich Weiss no Império Áustro-Húngaro (atual Hungria), também fez carreira desmascarando falsos médiuns e demais pessoas que alegavam possuir poderes sobrenaturais. Morreu na noite de Halloween de 1926.


   Durante toda esta semana, publicarei aqui no blog o seriado mudo The Master Mystery, que foi recentemente restaurado e remontado para se aproximar de seu formato original (algumas cenas se perderam ao longo das décadas, mas tem diversão suficiente para entreter os cinéfilos que ficarem ligados: a série toda tem 238 minutos!). Na agitada trama, Houdini interpreta um agente especial que enfrenta um robô destruidor, na primeira aparição nas telas de um autômato feito de lata. Uma preciosidade fílmica também para os aficionados por ficção científica.
   Esta série de postagens é dedicada ao meu grande amigo Chris e à sua adorável esposa Flávia, com quem eu e a Bia tivemos o imenso prazer de passar grande parte da última sexta-feira. Chris tem o blog Alguém Que Anda Por Aí e é um baita artista plástico, influenciado por cultura pop em geral, fã de robôs e admirador de Houdini. Também dedico esta série ao grande Blob, que me disse que anda em ritmo de seriado, então espero que ele aprecie esta raridade. E, claro, a todos que acessam o blog, mesmo anonimamente, e me dão o prazer da visita mesmo com o meu tempo tão escasso para colocar coisas novas no ar!
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