CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO
Pela cara, traz a mesma qualidade expressiva de MANGUE NEGRO. E o horror nacional prossegue, com a ambientação terceiro-mundista que está atraindo a atenção dos gringos com a ousadia premiada de Rodrigo Aragão e Denison Ramalho.
Deve ter um ritmo mais frenético do que o MANGUE NEGRO, pelo que o Rodrigo comentou comigo.
Mas quero dizer que não concordo quando dizem que os filmes dele tem ambientação terceiro-mundistas. Eles não mostram favelas, desgraças sociais, pobreza. Mostram a natureza em transformação; MANGUE NEGRO poderia ser ambientado nos pântanos da Louisiana, em meio à recente desgraça ecológica de New Orleans, e seria a mesmíssima coisa.
Até onde posso falar do CHUPACABRAS, não é muito diferente dos filmes de "horror caipira" estadunidenses, como O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA ou VIAGEM MALDITA: o cenário é um meio do mato hostil, onde habita um monstro selvagem. Também não acho que seja terceiro-mundista isso.
Ainda não temos um filme de horror nas favelas dominadas pelo crime organizado. (Ainda bem?)
Também nunca li, mas pelo pouco que sei, parece mesmo algo impressionante. A empolgação do Dennison falando sobre isso é encantadora; parece que o cara é um ex-policial que sofre de insônia por causa das barbaridades que viu durante a vida policial e passou a escrever contos violentíssimos, não é isso?
Mas ainda tenho dúvidas sobre o que seria uma "estética terceiro-mundista". Acho quase que todo mundo aqui sabe o quanto adoro uma discussão inteligente, saudável e construtiva, e sinceramente gostaria de tentar conceber o que seria isso. Para mim, isso está mais ligado à estética da fome, da exploração da miséria. Aquela coisa de mostrar desgraça para encantar os estrangeiros. Mas não acho que seja isso que vemos em filmes meramente violentos; eles não são diferentes, por exemplo, de filmes policiais ambientados em bairros pobres das metrópoles, como o Bronx.
Carlos, quando eu citei "terceiro-mundista" foi referindo-me à visão do espaço físico e humano que o estrangeiro tem daqui. Em momento algum eu quis desmerecer a realidade do meu país em qualquer que fosse o aspecto. Se meu comentário não foi inteligente como discussão, eu até peço desculpas por não ter tido uma palavra mais adequada e um discurso mais decente, se foi esse o caso. Quando vi você citar isso duas vezes aqui, algo me deixou ver que não deveria ter comentado nada. E não comentarei mais prá não criar problema de má interpretação.
Bah, Cayman, deixa de bobagem! Primeiro de tudo, não tem que pedir desculpas nenhuma! Eu é que me desculpo se pareci agressivo; quero deixar claro mais uma vez que o que gosto de fazer aqui é discutir IDÉIAS, nada do que comento aqui deve ser levado para o lado pessoal. Como essa é a minha atividade favorita, eu me empolgo discutindo e posso parecer agressivo, mas nunca me considero "dono da verdade".
Você mesmo deu prosseguimento à discussão agora explicando que se referia à visão do estrangeiro. Isso é interessante, é outro argumento. Eu ainda prefiro pensar que o horror, como gênero, já sofre tanto preconceito que o fã não segue essa lógica. É mais ou menos como o heavy metal, que também sofre preconceito da maioria: o Sepultura foi boicotado pelos aficionados por metal por ser brasileiro, a banda tem muitos fãs nos Estados Unidos e mais ainda na Europa.
O que eu acho realmente terceiro-mundista é quando fazem coisas como PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO, tentando fazer um humor adulto e sofisticado no estilo de Woody Allen sem ter a mínima bagagem para isso.
Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial. Publicou artigos em livros sobre a obra do cineasta José Mojica Marins e sobre o Horror no Cinema Brasileiro, firmando parceria com a Heco Produções em mostras dedicadas à produção nacional no gênero. Colaborou no livro Maldito, de André Barcinski e Ivan Finotti, e co-produziu, juntamente de Paulo Duarte, a Coleção Zé do Caixão em DVD, vencedor do 1º Prêmio DVD Brasil como melhor coleção do ano. Publicou textos nas edições especiais O Livro do Horror (Herói), O Super Livro dos Filmes de Ficção Científica (Superinteressante) e A História do Rock (Bizz). Criou e editou a revista Cine Monstro, ministrou os cursos A História do Cinema de Horror e O Cinema de Alfred Hitchcock e trabalha na organização de uma monumental enciclopédia sobre filmes de horror. Colaborador de publicações como O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, Bizz, Set, General, Herói, Conecta, Dark Side, DVD Total, Showtime, Mundo Estranho, Flashback, Monet etc. Editou o livro Voivode: Estudos Sobre os Vampiros e escreveu o volume sobre Séries de TV da Coleção 100 Respostas (Mundo Estranho).
Das primeiras experiências ao fenômeno Zé do Caixão: Um estudo sobre o modo de produção e a recepção dos filmes de José Mojica Marins entre 1953 e 1967 (2008) Daniela Pinto Senador
Filmes de suspense/terror: Uma análise do gênero com ênfase no cinema nacional (2008) Udiele Ramos Ferreira
Medo de quê? Uma história do horror nos filmes brasileiros (2008) Laura Loguercio Cánepa
Quero ser José Mojica: O circuito de produção trash independente (2009) Mayka Castellano
Pela cara, traz a mesma qualidade expressiva de MANGUE NEGRO. E o horror nacional prossegue, com a ambientação terceiro-mundista que está atraindo a atenção dos gringos com a ousadia premiada de Rodrigo Aragão e Denison Ramalho.
ResponderExcluirDeve ter um ritmo mais frenético do que o MANGUE NEGRO, pelo que o Rodrigo comentou comigo.
ResponderExcluirMas quero dizer que não concordo quando dizem que os filmes dele tem ambientação terceiro-mundistas. Eles não mostram favelas, desgraças sociais, pobreza. Mostram a natureza em transformação; MANGUE NEGRO poderia ser ambientado nos pântanos da Louisiana, em meio à recente desgraça ecológica de New Orleans, e seria a mesmíssima coisa.
Até onde posso falar do CHUPACABRAS, não é muito diferente dos filmes de "horror caipira" estadunidenses, como O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA ou VIAGEM MALDITA: o cenário é um meio do mato hostil, onde habita um monstro selvagem. Também não acho que seja terceiro-mundista isso.
Ainda não temos um filme de horror nas favelas dominadas pelo crime organizado. (Ainda bem?)
Tem sim. Ninjas!
ResponderExcluirEu me referia a longas-metragens, e mesmo assim, não vi NINJAS ainda.
ResponderExcluirEntão "veje"!
ResponderExcluirMas os contos do Marcão dariam uma bela antologia de contos em forma de longa nessa linha.
Também nunca li, mas pelo pouco que sei, parece mesmo algo impressionante. A empolgação do Dennison falando sobre isso é encantadora; parece que o cara é um ex-policial que sofre de insônia por causa das barbaridades que viu durante a vida policial e passou a escrever contos violentíssimos, não é isso?
ResponderExcluirMas ainda tenho dúvidas sobre o que seria uma "estética terceiro-mundista". Acho quase que todo mundo aqui sabe o quanto adoro uma discussão inteligente, saudável e construtiva, e sinceramente gostaria de tentar conceber o que seria isso. Para mim, isso está mais ligado à estética da fome, da exploração da miséria. Aquela coisa de mostrar desgraça para encantar os estrangeiros. Mas não acho que seja isso que vemos em filmes meramente violentos; eles não são diferentes, por exemplo, de filmes policiais ambientados em bairros pobres das metrópoles, como o Bronx.
Ele na verdade é repórter policial, se não me engano.
ResponderExcluirhttp://www.casadohorror.blogspot.com/
Dá uma fuçada. Vale a pena!
Carlos, quando eu citei "terceiro-mundista" foi referindo-me à visão do espaço físico e humano que o estrangeiro tem daqui. Em momento algum eu quis desmerecer a realidade do meu país em qualquer que fosse o aspecto. Se meu comentário não foi inteligente como discussão, eu até peço desculpas por não ter tido uma palavra mais adequada e um discurso mais decente, se foi esse o caso. Quando vi você citar isso duas vezes aqui, algo me deixou ver que não deveria ter comentado nada. E não comentarei mais prá não criar problema de má interpretação.
ResponderExcluirBah, Cayman, deixa de bobagem! Primeiro de tudo, não tem que pedir desculpas nenhuma! Eu é que me desculpo se pareci agressivo; quero deixar claro mais uma vez que o que gosto de fazer aqui é discutir IDÉIAS, nada do que comento aqui deve ser levado para o lado pessoal. Como essa é a minha atividade favorita, eu me empolgo discutindo e posso parecer agressivo, mas nunca me considero "dono da verdade".
ResponderExcluirVocê mesmo deu prosseguimento à discussão agora explicando que se referia à visão do estrangeiro. Isso é interessante, é outro argumento. Eu ainda prefiro pensar que o horror, como gênero, já sofre tanto preconceito que o fã não segue essa lógica. É mais ou menos como o heavy metal, que também sofre preconceito da maioria: o Sepultura foi boicotado pelos aficionados por metal por ser brasileiro, a banda tem muitos fãs nos Estados Unidos e mais ainda na Europa.
O que eu acho realmente terceiro-mundista é quando fazem coisas como PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO, tentando fazer um humor adulto e sofisticado no estilo de Woody Allen sem ter a mínima bagagem para isso.