CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Prêmio Dardos

   Recebi do J. Luca, do blog Midnight Drive-In, o “selo de qualidade” Dardos, o que imagino ser uma coisa muito boa, pois significa que alguém lê e até gosta do que escrevo. Isso é bom.
   Também fui avisado que esse prêmio tem algumas regras que devem ser cumpridas, sendo a mais importante delas agraciar mais quatro blogs com esse selo. Bem, assim sendo, os meus eleitos são: Medo de Quê?, da Laura Cánepa, Blog do Blob, do Paulo Teixeira, Viver e Morrer no Cinema, do Leandro Caraça, e Cinema Gato Preto, da Beatriz Saldanha (agora quero ver se ela se anima a atualizar o blog com mais frequência!). Os eleitos serão avisados e deverão seguir a corrente; quem não cumprir as regras dentro de 48 horas sofrerá as consequências, tipo a sogra pegar resfriado ou o cachorro de estimação engasgar com um osso, essas coisas.
   Para encerrar, só quero lembrar que tem muitos outros blogs ótimos de amigos meus, mas alguns mudam de endereço eletrônico com mais regularidade do que trocam de cueca, outros já são consagrados e não merecem mais paparicação, outros ainda enjoaram de ganhar selos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Folha de S.Paulo: O Horror Nacional (1978)

   O jornal Folha de S.Paulo colocou no ar recentemente, a princípio com acesso livre e gratuíto a qualquer cidadão, todo o acervo do periódico em formato digital. São quase dois milhões de páginas em 90 anos de jornal. Eu, que já estava com visita marcada à biblioteca, justamente para pesquisar o acervo desse jornal, comemorei essa possibilidade de acessar as mesmas informações no conforto do lar. Uma oportunidade preciosa para apurar dados, ler opinões e preencher lacunas sobre o cinema de horror, em especial a produção nacional, que é o que mais tem me interessado nos últimos meses.
   A seleção de reportagens que apresento aqui é a cobertura que o crítico e cineasta Jairo Ferreira fez da mostra O Horror Nacional, que aconteceu paralelamente - e extra-oficialmente - durante o Festival de Cinema de Brasília, no final de julho de 1978. O gênero, então discutido e representado por artistas como Rogério Sganzerla, Júlio Bressane, Elyseu Visconti Cavalleiro e, obviamente, por José Mojica Marins, na época lançando Delírios de um Anormal, simboliza mais uma revolta e um inconformismo com o estado do cinema nacional da época do que necessariamente exercícios de medo ou estéticas do grotesco. Ainda que alguns filmes possam ser considerados representações válidas do horror brasileiro, outros não podem ser vistos dessa maneira.
   Porém, o que importa é o registro histórico; vale ler o que Jairo tinha a dizer sobre a situação do nosso cinema na época - concorde-se ou não com as idéias dele. O resultado mais notório desse encontro memorável foi o documentário Horror Palace Hotel ou O Gênio Total, que Jairo Ferreira e Rogério Sganzerla dirigiram, em Super-8, durante o festival.








quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Filme Cultura 53


   A edição mais recente da revista Filme Cultura apresenta uma lista denominada “os 10 filmes brasileiros do coração”. A enquete, que escolheu os filmes nacionais mais queridos, mas não necessariamente os melhores ou mais relevantes, foi feita a partir de votos de 102 pessoas ligadas ao cinema de alguma maneira. Tive a honra de estar entre esses votantes, ao lado de realizadores renomados como Alfredo Sternheim, Carlos Reichenbach, Daniel Filho, Ivan Cardoso, Paulo Sacramento e Silvio de Abreu, e também de críticos e pesquisadores como Bernadette Lyra, Daniel Caetano, Fernando Veríssimo, Gelson Santana, Inácio Araújo, Laura Cánepa e Rubens Ewald Filho.
   A lista dos mais votados é bem curiosa e reveladora, mas não foi surpresa o grande vencedor ter sido O Bandido da Luz Vermelha (1969), de Rogério Sganzerla, um marco do cinema nacional. O que muitos acharão bizarro, de fato, são alguns títulos que entraram na minha própria listagem, formada por dez favoritos obrigatórios e mais dez filmes menos óbvios. Como não posso me considerar um especialista em cinema brasileiro, meu objetivo foi dar alguma visibilidade a obras mais obscuras que, dentro da minha pesquisa do gênero horror no cinema nacional, merecem ser conhecidas.
   Entre esses quase absolutamente esquecidos estão Tormenta (1982), de Uberto Mollo, O Sósia da Morte (1975), de Luís Miranda Correia e João Ramiro Mello, Mistéryos (2008), de Beto Carminatti e Pedro Merege, Morgue Story: Sangue, Baiacu e Quadrinhos (2009), de Paulo Biscaia Filho, Mangue Negro (2008), de Rodrigo Aragão, e até mesmo o extravagante Os Sóis da Ilha de Páscoa (1972), um delírio ufólogo de Pierre Kast.
   Por outro lado, brigo por meus dez preferidos: O Ritual dos Sádicos (1970), de José Mojica Marins, A Força dos Sentidos (1978), de Jean Garrett, O Anjo da Noite (1974), de Walter Hugo Khouri, À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins, Baixio das Bestas (2006), de Cláudio Assis, Amadas e Violentadas (1975), de Jean Garrett, O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968), de José Mojica Marins, Os Monstros de Babaloo (1971), de Elyseu Visconti Cavalleiro, Os Famosos e os Duendes da Morte (2009), de Esmir Filho, e Encarnação do Demônio (2008), de José Mojica Marins. O único filme dos vinte da minha lista que foi classificado entre os 25 finalistas foi À Meia-Noite Levarei Sua Alma. Todas as listas individuais podem ser conferidas aqui.
   A fase clássica da Filme Cultura foi entre 1966 e 1988, mas a publicação voltou à ativa em abril de 2010 e já lançou quatro edições desde então, revigorando a pesquisa, crítica e divulgação da produção nacional. Todas as edições estão disponíveis no site em versão PDF. Você pode baixar o número 53 da revista em formato digital clicando aqui.
   Também pode entrar na brincadeira e fazer sua própria lista de prediletos ou contestar a minha ou outras listas deixando comentários para esta postagem!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ATUALIZAÇÃO: Uma Descida ao Inferno de Zé do Caixão (2010)


   Recebi no início da tarde de hoje, e acabei de assistir agorinha mesmo, o documentário Uma Descida ao Inferno de Zé do Caixão, realizado pelos estudantes Daiane Sousa, Dênis Matos e Marcela Alves. Há alguns meses, tive o prazer de gravar uma longa entrevista para os meninos aqui em Jundiaí, numa lanchonete rock’n’roll, quando procurado por eles para contribuir com o documentário, e foi bacana poder colaborar com o projeto.
   O resultado final ficou bem bacana, apesar da duração relativamente curta, com apenas 28 minutos (a gente sempre acha que tem algo mais a ser dito sobre a figura complexa do Mojica). Melhor ainda foi ver as encantadoras divagações da amiga e colega de brasilidades horroríficas Laura Cánepa, que indiquei para ser entrevistada para o projeto, e que, assistindo ao produto finalizado, tenho certeza que faria uma falta imensa se não tivesse participado. O cineasta e antropólogo Kiko Goifman (FilmeFobia), o jornalista, crítico e biógrafo mojicano André Barcinski e a psicanalista Maria Lúcia Homem - que parece viajar bem mais do que os delírios de Zé do Caixão costumam provocar - também oferecem esclarecimentos sobre as conflitantes figuras de José Mojica Marins e sua imortal criação Zé do Caixão. Ah, claro, o Mojica também é entrevistado, numa calçada qualquer de São Paulo, mas seu depoimento, aparentemente regado a loiras geladas, é um tanto criptografado. Puramente Mojica, claro.
   O documentário merece ser prestigiado, no mínimo, por representar um agradável sopro de idéias arejadas e uma urgência de se compreender um dos nossos cineastas mais particulares e o artista mais ativo do horror nacional. Tomara que o filme tenha uma sobrevida fora das salas de avaliação acadêmica; que se torne extra de algum lançamento em DVD ou apareça na programação do Canal Brasil ou coisa parecida.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ed Wood music video


   Como nas últimas semanas minha mulher não pensa em outra coisa que não seja balé e “Lago dos Cisnes”, de um tal de Tchaikovsky - sim, por causa do filme do momento, Cisne Negro - fiquei com vontade de rever Ed Wood, disparado o melhor filme do Tim Burton e algo que (na minha modesta opinião) está muito acima da sensibilidade artística do esquisitão oficial de Hollywood.
   Caso alguém não tenha feito a conexão, o “Lago dos Cisnes” é o tema orquestral do Bela Lugosi (Martin Landau, soberbo) no filme, pois originalmente é a única música que se ouve no clássico Drácula (1931), da Universal. Um dos momentos mais belos de Ed Wood é quando o pior cineasta do mundo (Johny Depp, transbordando empolgação) vai socorrer o velho Bela num de seus momentos de desespero. Revólver em punho, o veterano bicho-papão ameaça pôr um fim em seu sofrimento - e de quebra levar o amigo junto. Nesse momento, ouvimos ao fundo uma das muitas variações do “Lago dos Cisnes”…
   Porém, chega de Tchaikovsky. O vídeo que estou postando aqui é um dos mais divertidos extras do DVD, uma dança mais do que insinuante com a curvilínea e cadavérica (e robusta!) Lisa Marie, na época a Sra. Tim Burton. No filme ela faz o papel da Maila Nurmi, mais conhecida como Vampira, mas aqui ela aparece caracterizada de diversas maneiras, para a alegria dos fetichistas.
   O vídeo é um show, em todos os sentidos, desde a música de Howard Shore, uma mistura de ritmos cubanos e theremin, às cenas de arquivo inseridas, todas muito bem sacadas (adoro o “scene missing” pertinho do final!). A coreografia é de Toni Basil (“Hey Mickey”).
   Numa das cenas de Ed Wood, o emocionado cineasta, durante a estréia de seu Plan 9 from Outer Space, declara: “É por este filme que serei lembrado!”. Ironica e infelizmente, o mesmo pode ser dito de Tim Burton, que depois desta comovente declaração de amor ao cinema feito com paixão e raça engatou uma vertiginosa marcha ladeira abaixo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Isabel Sarli


   Musas quem não as tem?!? Ainda mais nós, que respiramos essa arte fetichista que é o cinema, tão suprema no ofício de construir ilusões e nos convencer que meros seres mortais podem ser alçados à categoria de semideuses unicamente pelo processo químico da captura em celulóide?!
   Tudo bem, chega de filosofia barata, não vou tentar convencê-los da pureza inocente da minha paixão pelas belezas da sétima arte. A verdade é que fiquei inspirado em elencar minhas musas do cinema depois de passear pela galeria de beldades escaladas pelo amigo Heraclito Maia em seu álbum no Facebook, o qual logo ganhou resposta da Beatriz em seu próprio álbum.


   Como ando muito ocupado (não; não é preguiça!), desisti de escalar minha seleção de belas, que começava com Edna Purviance e seguia com Paulette Goddard e sabe-se lá onde eu ia acabar… O fato é que não podia faltar a argentina Isabel Sarli, certamente a mulher mais voluptuosa que já vi nas telas (e não venham chamá-la de vulgar; por mim, pode ferver no enxofre eterno quem a chamou de “provável musa de quem ganha salário mínimo”!). La Sarli, se hoje estivesse no esplendor de seus vinte-e-poucos anos, daria todo o sentido a essa tecnologia de cinema em terceira dimensão!


   A presente galeria mostra uma Sarli ainda em início de carreira, mas já delineando as curvas que lhe valeriam o apelido de “Coca”; dizem que por ser viciada naquele famoso refrigerante que produz gordurinhas pelo corpo todo. Essa coleção de fotografias com delicioso sabor vintage (já comentei por aqui que adoro essas fotos com cores desbotadas, como nesta postagem com outra musa das telas, Julia Adams) é do arquivo da revista Life.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Santo Popstar


   Acontece a partir de hoje, dia 7, e segue até sábado, dia 12, a mostra de filmes O Santo Popstar, promovida pelo Instituto Cervantes, de São Paulo, que exibirá cinco filmes do luchador mascarado Santo, um dos maiores ídolos das telas e dos ringues mexicanos. As sessões são gratuitas e acontecem diariamente às 19h30, com apresentação do ciclo por Felipe Ehrenberg. No sábado acontece uma maratona com todos os cinco filmes em sequência, das 9h às 21h.
   Codinome de Roberto Guzman Huerta, o enmascarado de plata estreou nas telas em 1961 e protagonizou mais de 50 películas durante vinte anos de carreira ininterrupta. Contando com míseros cinco títulos, essa mostra é apenas uma amostra dessa carreira fenomenal e épica, durante a qual Santo enfrentou zumbis, mulheres-vampiro, estranguladores, bruxas, caçadores de cabeças e vilões excêntricos como La Llorona, o Barón Brákola e o Dr. Frankenstein, além de uma vasta galeria de monstros.
   Santo mudou com o passar do tempo, tornou-se uma espécie de espião nos moldes de James Bond e também encarou de frente alguns bandidos nazistas. Durante os anos 70, seus filmes ficaram mais violentos e com influência dos policiais norte-americanos. Formou parceria com o colega mascarado Blue Demon e passou o bastão a seu hijo, Jorge Guzman, cujo exemplar cinematográfico mais recente foi Santo Infraterrestre, de 2001.
   A programação começa hoje com Anônimo Mortal (1972), o 44º filme do lutador, e prossegue a partir de amanhã com os filmes Santo e Blue Demon vs. os Monstros (1969), Santo contra as Lobas (1972), Santo e Blue Demon em Atlântida (1970) e, finalmente, o clássico absoluto Santo no Museu de Cera (1963), o oitavo filme do herói.
   O auditório do Instituto Cervantes tem capacidade para 97 lugares e fica na Av. Paulista, 2439, próximo ao metrô Consolação.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

ATUALIZAÇÃO: O Lobisomem de Gedeone Malagola e Nico Rosso

   Esta é para os aficionados pelos quadrinhos nacionais de horror. Um visitante anônimo escreveu um comentário na postagem original que fiz sobre o Lobisomem da dupla Malagola/Rosso com link para a edição completa da edição de luxo do gibi. Fica a dica para quem quer ter na coleção essa preciosidade. Eu já tenho o meu exemplar, edição em papel mesmo, com direito a autógrafo do Gedeone e tudo!
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