CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Trog, o Monstro das Cavernas (1970)

   O canto-de-cisne da veterana atriz Joan Crawford - na época com 65 anos, ela morreria sete anos depois - Trog, o Monstro das Cavernas (1970) é dos filmes mais controversos de sua carreira e de todos os envolvidos em sua realização. Obra-prima menosprezada ou lixo irremediável? Definitivamente não era o tipo de filme que os velhos fãs de Miss Crawford esperavam àquela altura e boatos dizem que a reação da atriz, após ver a obra completa, ficou entre decidir se afastar das telas e cometer suicídio. Sabiamente, ela optou apenas pela aposentadoria. O tempo se encarregou de mostrar que o desastre não era tão grande assim e a atriz segue até hoje colecionando novos séquitos de admiradores. Afinal, não é exagero afirmar, existem basicamente dois tipos de filmes: os comuns, esses que a gente assiste todo dia, e os filmes de Joan Crawford.
   Aliás, o termo correto nem é “filme”, e sim “veículo”. Para se entender o fenômeno Joan Crawford - e especialmente seus fãs - é preciso compreender cinema como uma fábrica de magia, do culto à imagem acima de tudo. O star-system hollywoodiano sempre colocou os astros e estrelas acima de qualquer coisa; nada de “cinema de autor”. Cinema de astros. Filmes era “veículos” para astros e estrelas brilharem e não muito mais do que isso.
   Claro que a coisa não é tão simples assim. O cinema é uma arte viva e em constante transformação. Joan Crawford atravessou a história da sétima arte desde o período dos filmes silenciosos até à portinha da década de 1970. Ela tem também lugar garantido no coração dos aficionados pelo gênero horror desde que transtornou a mente de Lon Chaney no clássico do mudo O Monstro do Circo (1927). Décadas mais tarde, foi visionária ao conceber O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962) como um veículo para si e para a colega/rival Bette Davis. O êxito estupendo de Baby Jane originou um ciclo de fitas de horror psicológico sobre velhotas psicóticas, espécie de “menopausa do horror”, dando sobrevida às carreiras de estrelas aposentadas (e quase esquecidas) como Barbara Stanwyck, Olivia De Havilland, Joan Fontaine, Tallulah Bankhead, Lana Turner e Veronica Lake.

Congelado no tempo

   Entretanto, Trog não é Baby Jane; nem mesmo é Almas Mortas ou Espetáculo de Sangue. É algo completamente diferente... que ainda aguarda descrição. O filme começa com três jovens exploradores descobrindo quase ao acaso uma gruta onde vive um homem pré-histórico. Uma respeitada antropóloga inglesa (Joan Crawford), com especial interesse por primatas, fica sabendo da descoberta e imediatamente decide resgatar Trog (abreviação carinhosa de “troglodita”) de sua caverna úmida para mantê-lo enjaulado em seu centro de pesquisas, onde poderá estudá-lo em tempo integral. A doutora acredita estar diante do “elo perdido” da evolução do Homem e que o primata sobreviveu milhões de anos em suspensão criogênica.


   O conceito genérico de “a maior descoberta científica da civilização moderna” é uma invenção antiga do cinema; vem pelo menos desde O Mundo Perdido (1925) e King Kong (1933). O roteiro de Trog parte dessa situação básica e apela para lugares-comuns para retratar a natureza selvagem de Trog, que aprecia música suave, mas se enfurece quando ouve rock (não nos enfurecemos nós todos?); fica com expressão serena ao fitar a cor azul, mas vira fera quando vê a cor vermelha, e assim por diante. Mesmo assim, há algumas situações curiosas nessa relação entre doutora e homem-primata. A antropóloga coloca uma coleira em Trog e o trata como a um bicho de estimação, a quem sua filha, com vago interesse pela novidade, passa a alimentar e tomar conta. Elas depois o tratam como criança - uma criança retardada, como faz questão de frisar a doutora - e lhe dão brinquedos. Trog, porém, é muito sensível; prefere brincar de boneca e estraçalha geringonças barulhentas. São curiosas as insinuações de que ele teria tendências gay: além de gostar de bonecas, Trog também se encanta com o lacinho cor-de-rosa que a doutora usa no pescoço. Desta maneira, não apenas Freud foi introduzido na pré-história, como observou o crítico Rubem Biáfora, mas também o homossexualismo!


Longe de casa

   Trog é um misto de monstro de Frankenstein e King Kong. Como o primeiro, tem a mente de uma criança que precisa ser tratada com paciência, compaixão e compreensão. Como o segundo, comporta-se de maneira indomável, é incapaz de negar sua natureza selvagem e tem saudades de casa - neste ponto, o filme comete o erro histórico (e muito comum) de mostrar homens primitivos convivendo com dinossauros, ao representar as lembranças de Trog em seu habitat natural. As cenas usadas nesta breve sequência em flashback foram tiradas do filme O Milagre da Vida (1956), dirigido por Irwin Allen, com efeitos em stop-motion de Ray Harryhausen.


   Não é apenas Trog quem está longe de casa, mas também a antropóloga com seus princípios nobres. A Ciência, ensina o filme, não tem lugar num mundo no qual o progresso é sinônimo de urgência. Não há tempo para se olhar para o passado - o futuro precisa ser construído hoje. Esse pensamento é manifestado por meio do personagem interpretado por Michael Gough, inimigo declarado da doutora e interessado somente nas terras onde o troglodita foi encontrado. O ódio do empresário em relação à criatura primitiva é o de alguém que tenta negar sua origem animal. A Polícia se mostra igualmente obtusa, determinada somente em destruir aquilo que considera perigoso, tratando Trog como um simples assassino. Quando finalmente o Exército é chamado, o problema é resolvido da única maneira que os militares são capazes de entender: destruindo tudo.
   No final, o enigma de Trog - esse Kaspar Hauser da era paleolítica - é sepultado nos confins de sua caverna, aonde o pensamento reacionário, envergonhado ao fitar no espelho suas próprias fraquezas primitivas, prefere ocultar o passado. A objetividade intolerante do mundo moderno, em seu progresso voraz, não se importa com a investigação científica e é ela - a Ciência - a maior derrotada da história.

Dama para sempre

   A princípio pode nem parecer um filme de Joan Crawford, mas basta a estrela surgir em cena para que ela o transforme num filme seu. Miss Crawford mantém o estilo elegante e glamuroso e não repete figurinos ao longo de todo o filme, seja usando um macacão de mineradora, uma camisola esvoaçante ou elegantemente trajada para defender seus princípios científicos no tribunal.
   Dentro do gênero horror, a atriz já fora mesquinha e dessimulada em Baby Jane e fornecera rico material para psiquiatras em Almas Mortas. Não seria exagero dizer que aqui ela poderia fazer qualquer papel: poderia ser o vilão vivido por Michael Gough; até mesmo ser o próprio Trog, e ainda assim seu desempenho seria no padrão Crawford; ou seja, entregando-se completamente à personagem.
   A atriz esteve no Brasil na época da realização do filme, em 1970, mas não para promover Trog, que permaneceu inédito nos cinemas do país (só foi exibido na televisão, anos mais tarde), preterido pelos executivos da Warner por THX 1138, longa-metragem que marcou a estréia de George Lucas. Crawford visitou o país para inaugurar uma fábrica da Pepsi Cola, empresa da qual era uma das diretoras.


   O elenco de apoio é cheio de atrações. Michael Gough, assim como o próprio filme, costuma ser impiedosamente malhado pela crítica, mas sua performance exagerada é tão deliciosa quanto os papéis que viveu em Horrores do Museu Negro (1959), Konga (1961) e Feras Sanguinárias (1963). Também aparecem em papéis menores Robert Hutton (O Monstro de York), David Warbeck (A Casa do Além) e a menininha Chloe Franks, que no ano seguinte aterrorizaria a vida do papai Christopher Lee no melhor episódio de A Casa Que Pingava Sangue. Trog, o homem de neandertal, é interpretado pelo ex-lutador de wrestling Joe Cornelius, usando uma máscara de primata criada por Charles Parker com restos do prólogo de 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick.
   Freddie Francis, provavelmente o mais irregular entre os grandes realizadores de filmes de horror, assina a direção, que deixa a desejar. A produção é de Herman Cohen, famoso pelos filmes de monstros adolescentes dos anos 50, responsável também pelo filme anterior de Miss Crawford, Espetáculo de Sangue (1968). Seu estilo chocante é perfeitamente respresentado pela cena do açougueiro que Trog pendura no gancho - isso é o que na época ainda se chamava de grand guignol. O roteiro é de Aben Kandel, escritor regular das produções de Cohen, baseado num argumento de Peter Bryan e John Gilling (diretor de Os Monstros da Morgue Sinistra, A Epidemia dos Zombies e A Serpente). A montagem é de Oswald Hafenrichter, que trabalhou no Brasil na época da Vera Cruz (Caiçara, Veneno, Sinhá Moça, Luz Apagada, O Cangaceiro, Floradas na Serra) e passou os últimos anos da vida editando filmes de horror.
   E a palavra final, como não poderia deixar de ser, é de Joan Crawford. Ou quase isso: interpelada por um repórter que deseja uma declaração sua após a destruição do homem-primata, Crawford apenas afasta o microfone e caminha para longe. Nada mais tinha a dizer. Foi sua despedida das telas e, como sempre acontecia, a câmera a acompanha até o último frame.

23 comentários:

  1. aff, esse você tirou do fundo da arca, é interessante que apesar do terror considerado tosco por alguns acredito que o fracasso pode ter sido ocasionado pela comparação ao filme estrelado por Charlton Heston planeta dos macacos de 1968, ou seja, na mesma época, e que se não me falha a memória rederam 2 oscar, um ao figurino e outro ao ator, me corrija se estiver errado, mas me recordo que Trog passou muitas vejas na tv na sessão corujão, eu devo ter assistido umas trocentas vezes, como também outro intitulado "o carrasco de pedra".

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  2. Carlos, evidente que gostei da crítica, muito boa mesmo,mas tenho que acrescentar algumas coisas- o produtor Herman Cohen, depois do imenso êxito comercial de "Berserk" (Espetáculo de Sangue) queria trabalhar de novo com Joan Crawford e promoveu esse novo veículo para ela - durante a rodagem, ela estava gostando do filme, e quando esteve no Brasil em janeiro de 1970 - disse - 'acabei de rodar em Londres, "Trog" um filme de ficção científica, gênero que nunca havia experimentado antes em minha carreira,e no qual deposito muitas esperanças' -
    acontece que ela ficou muito desgostosa com os comentários, a maioria desastrosos dos críticos norte-americanos depois da estréia do filme, (a crítica européia, principalmente a inglesa, foi mais compreensiva com o filme) e ela própria depois disse não ter gostado do resultado final. Ela, a rigor, não se aposentou depois de Trog - em junho de 1970, ela estrelou um episódeo de longa- metragem de 'o homem de virginia' intitulado "Pesadelo" (nightmare) e dois anos depois voltaria ao terror com um episódeo de 1 hora de "o sexto sentido" intitulado "dear joan, we're going scare you to death" (magia negra) - a partir daí, as várias propostas que fizeram para ela, tanto para cinema (Aeroporto 75 e 77 )como para televisão eram para ela fazer a segunda ou terceira estrela dos filmes,e ela jamais concordaria com isso - pois como bem disse a atriz Betsy Palmer (a mrs. voorhees, mãe do jason de "sexta-feira 13) que trabalhou com ela em 1955 em 'Os amores secretos de eva" -
    no documentário "joan crawford-the ultimate star' de 2002 - "Joan Crawford foi sempre a grande estrela em todos os seus filmes desde o início em 1925 até 1972 - nós nunca conseguiríamos vê-la fazendo papel de coadjuvante" -
    e digo com toda a convicção que visto hoje, "trog" pode ser considerado tranquilamente como uma obra-prima menosprezada, e que o tempo vai se encarregar de mostrar isso, como já está mostrando - e para mim, o que interessa mesmo, é que o maior crítico de cinema que esse País já conheceu, o saudoso Rubem Biáfora, quando o filme passou no antigo sbt, que na época era tvs, em abril de 1984, ele me telefonou e disse - Palhinha, vi o Trog" e gostei - do argumento, da fotografia, da iluminação - só a direção de Francis deixa a desejar, e o mais importante de tudo- a marcante presença de Joan Crawford, sempre constitui um espetáculo a parte".
    outro grande crítico de são paulo, Carlos Motta, também gostou do filme, e recentemente esse verdadeiro gênio que é o crìtico da Folha, Inácio Araújo fez uma crítica maravilhosa do "Trog" a qual lhe enviei, e agora você com seu comentário definitivo e original - 4 gênios, e 4 amigos meus, souberam comentar o filme de maneira imparcial e com o devido carinho e compreensão que esse proverbial filme merece.
    Creio que Miss Joan Crawford, aonde estiver, está contente por saber que seu canto de cisne na tela grande,continua sendo discutido, agora de forma mais positiva, e acima de tudo, conseguindo mais e mais admiradores dia a dia.
    Agora tenho que receber 8 personalidades artísticas que irão jantar e ver o filme depois. mais tarde cada um vai fazer o seu comentário individual e te enviar -
    E amanhã te envio a minha odisséia em 1973, quando atravessei o atlantico para ver Trog" em Portugal.
    abraço de JAIME PALHINHA

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  3. Jaime, nem de longe sou um "gênio" como os outros três críticos que você citou, mas com certeza me orgulho de ser seu amigo! Aliás, esse post foi mais em sua homenagem do que para a Joan Crawford!

    Sobre os comentários, adendos e correções que você fez, todos são perfeitos e acrescentam muito, mas tentei abreviar muito as coisas - e mesmo assim o texto ficou enorme! Eu sei que a Crawford não se aposentou imediatamente após o TROG, mas comentei assim porque fica mais simples, e ela de fato nunca mais filmou para o cinema!

    Grande abraço e bom jantar aí!

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  4. Carlos depois do ótimo jantar (como sempre) que meu amigo Palhinha ofereceu tive a oportunidade de ver o tão falado "Trog" e gostei muito. Há muitos anos, décadas mesmo que não via um filme desse gênero, o qual considero mais ficção do que terror. me comoveu a interpretação do ator que faz o Trog, que de monstro para mim não tem nada - cheguei quase a chorar no final - monstro era o ator que faz o interessado na venda das terras.
    Mas acima de tudo foi um prazer rever essa diva de hollywood, ídolo da minha adolescencia
    ainda atraente e charmosa, a sempre maravilhosa Joan Crawford.
    Nunca pensei que na curva final da minha vida encontraria um amigo como o Palhinha,um grande jornalista e historiador que proporciona a mim e a tantos outros colegas momentos de pura cultura e entretenimento, aqui em sua casa. que Deus o conserve ainda por muitos anos, pois todos nós precisamos dele.
    beijo da MARCIA REAL

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  5. E aí Carlos, hoje foi uma grande noite, como só o Palhinha sabe proporcionar. Só faltou você. Finalmente vi o tão falado "TROG", e gostei é claro. Palhinha imprimiu e mostrou a sua crítica a todos nós, e concordo com tudo com o que voce disse. Você deve saber que a maioria de nós atores não damos muita importancia ao que a maioria dos crìticos escrevem sobre nós.
    e aí está o "trog" como exemplo - como que um cara que se diz profissional da imprensa, crítico de cinema, pode falar mal de uma obra que tem no elenco como estrela uma atriz excepcional como Joan Crawford? Mesmo que o filme fosse medíocre, o que na minha modesta opinião não é, só ela com seu carisma e talento já salvaria a obra. Confesso que até conhecer o Palhinha só tinha ouvido falar dela através de meus paes, mas agora tornei-me fan dela, admirador mesmo. O Palhinha conta histórias interessantíssimas sobre ela, principalmente das 3 vezes que ela veio ao brasil e a são paulo. Eu acho que nunca mais haverá uma atriz dessa categoria e com esse talento e carisma.O Palhinha tem razão quando diz com enfase que ela foi única e irrepetível, e já nos convidou para na próxima semana virmos ver "Espetáculo de Sangue" e nos mostrou umas fotos onde ela aparece de pernas de fora espetaculares. Viva Joan Crawford!
    abraço do DENIS DERKIAN

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  6. Carlos voce já sabe que sou uma mulher de 90 anos, que cresci no meu Recife natal, vendo os filmes dessa grande artista. e foi só por ela que vim hoje na casa de meu querido amigo jaime Palhinha. em matéria de cinema, não entendo nada de direção, produção, iluminação, roteiro, nada mesmo, pois sou de uma época em que as pessoas iam ao cinema para ver os artistas e éramos muito felizes assim, acredite. Havia revistas maravilhosas sobre o assunto- 'a cena muda' - 'cine-arte' - 'cinelandia' - 'filmelandia' e outras, e muitas traziam Joan Crawford na capa - Palhinha acha que digo isso para agradar ele, mas eu adorava ela mesmo. Do filme de hoje a noite, só prestei atenção nela, ainda bonita, sempre dominadora, indomável, se bem que fiquei triste com o final - o monstro não merecia morrer.
    um beijo de SALOMÉ PARISIO

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  7. Carlos vendo hoje esse filme de enredo original e com essa grande artista Joan Crawford que como já lhe disse tive o prazer de conhecer aqui em são paulo em janeiro de 1970, cheguei a conclusão de como estamos pobres atualmente de filmes desse genero e de artistas dessa categoria. Pedi para o Jaime me fazer uma cópia do dvd, pois quero vê-lo outras vezes sózinho em minha casa, e me deliciar mais uma vez com esse fogo, fúria, talento, domínio e personalidade chamada Joan Crawford.
    abraço do HILTON VIANA

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  8. olá Carlos como estás? Bién?
    ya sabes que mi portunhol es malo, pero creo que se entiende - no me voy a estender mucho. deveras me agradó mucho esta película de la legendária y irrepetible Joan Crawford, que la vi por vez primera, en mi País, Argentina en 1971 con el título de 'La caverna del terror' y ahora 38 ânos después en la casa de mi amigo Jaime Palhinha, o qual todos nosostros respetamos mucho, porque deveras se trata de un caballero de la vieja estirpe, culto, educado, y un grande historiador de cine, y amigo de sus amigos que es lo más importante para todos nosotros.
    me gustó mucho tu comentário sobre la pelicula, que Jaime nos facilitó la leitura.
    Tu Blog es estupendo. felicitaciones.
    mucho saludos de JORGE DANEL

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  9. Carlos, nem de longe tenho a cultura de todos vocês, mas sei apreciar e reconhecer uma coisa boa, seja no teatro, na tv ou no cinema, afinal sou ator há quase 40 anos, e gostei muito desse filme que o nosso grande amigo Jaime Palhinha,projetou hoje em sua casa, "Trog, o monstro das cavernas" com sua idolatrada Joan Crawford, a qual só conhecia de nome, e que agora graças ao Palhinha aprendi a admirar e respeitar. É uma grande atriz, não há a menor dúvida que emociona fortemente o público que assiste aos seus filmes.Já pedi para o Palhinha que por favor nunca deixe de me convidar quando for exibir um dos filmes dela, não precisa nem oferecer jantar, basta o filme e depois um café ou um chocolate quente - é o suficiente, pois o talento de Joan Crawford nos alimenta.
    Acho que o Palhinha vai gostar dessa!
    abraço do CASTOR GUERRA

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  10. Nossa, a galera do Jaime dominou os comentários, como ele havia prometido! É uma satisfação ver tanta gente de bem podendo se reunir com um amigo para jantar e assistir um filme! Melhor ainda poider compartilhar com outras pessoas e colocar em discussão esse tema que tanto adoramos! Tenho certeza que deixaram muita gente com inveja, principalmente do jantar! Eu pelo menos fiquei!! Grande abraço a todos e até a próxima sessão!

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  11. Me lembro bem de quando o SBT, ou melhor, a TVS exibiu "Trog". Nessa linha, gostaria muito de ver o "Skullduggery" com o Burt Reynolds. Conhece esse, Primati ?

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  12. Leandro, não conheço esse SKULLDUGGERY com o Burt Reynolds, mas conheço um com o mesmo nome, uma produção canadense de 1983 lançada em VHS no Brasil como A MORTE EM JOGO. É disparado um dos piores filmes que já vi! O único mérito (?) é o fato de ser um dos primeiros filmes sobre RPG. Conhece essa bomba??

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  13. Nunca ouvi falar desse. O filme com o Burt, é dirigido pelo Gordon Douglas e fala sobre uma tribo de 'subhumanos' encontrada por exploradores. Um membro da tribo acaba sendo assassinado por acidente, e depois começa um julgamento para decidir se o que foi morto era um ser humano ou apenas um animal.

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  14. CARLOS TE ENVIEI HOJE DE PRESENTE VIA SEDEX O PACK DE 4 FILMES DO DIRETOR PETE WALKER E MAIS OUTRO FILME DE TERROR DA JOAN CRAWFORD, NÃO TÃO POLÊMICO QUANTO O TROG - 'ESPETÁCULO DE SANGUE' (BERSERK).
    ENCOMENDEI E JÁ ESTÁ A CAMINHO O PACK DE 8 FILMES DE HORROR QUE A COLUMBIA-SONY PICTURES LANÇOU DO MEU DIRETOR FAVORITO, WILLIAM CASTLE.
    E MAIS 3 LANÇAMENTOS RECENTES- 'THE THIRSTY DEAD' - 'THE SILENT SCREAM' (COM YVONNE DE CARLO, BARBARA STEELE E CAMERON MITCHELL) E 'DOCTOR DEATH', TODOS 3 INÉDITOS NOS CINEMAS DO BRASIL.
    TEMOS MUITO QUE VER EM BREVE.
    ABRAÇO DE JAIME PALHINHA

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  15. Jaime, que maravilha! Poxa vida, mais um presente!! Há algum tempo eu estava planejando fazer um ciclo de Pete Walker; agora isso será mais do que obrigatório! Vou fazer o possível para recompensar isso!

    Só ficou faltando você narrar sua epopéia para ver TROG em Portugal! Acho que jamais vou conhecer outra pessoa que tenha atravessado um oceano para ver um filme! Numa época em que as pessoas, por preguiça e esperteza, preferem baixar vídeos de filmes gravados da tela de cinema, é algo quase surreal a história de alguém que se esforçou tanto para assistir um filme!

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  16. Em fins de 1972, quando eu tive certeza que Trog não ia ser exibido no Brasil, comecei a ficar nervoso. em começos de janeiro de 1973 meu avô paterno, falece em Portugal, e um tio meu, envia um jornal, com a nota do falecimento. ao folhear o mesmo, na seção de estréias e reprises de filmes vi anunciado para a próxima semana a estréia do Trog, que lá chamou-se 'A caverna do homem monstro'num cinema de lisboa, chamado 'Lumiar'. Fiquei louco, cara. falei para o meu pai- 'porque o senhor não me manda para Portugal, para eu fazer companhia para minha avó Natália, agora que ela está viúva e sózinha?' - na hora meu pai concordou. quase morri de emoção. tirei rápidamente o passaporte e embarquei dia 14 de janeiro de 1973, rumo a Lisboa, num vôo da'LAN-Chile'que fazia a rota rio-lisboa- em 10 horas, num ótimo boing 707, o que havia de melhor na época. saí do Rio com 30 graus de calor, e chego em Lisboa de manhã com 5 graus - um frio do cacete. fiquei na casa de uns primos esse dia. peguei um taxi e pedi para me levar ao cinema Lumiar, que ficava perto. cheguei lá e um cartaz gigantesco de 6 folhas anunciava para as 21 horas 'A caverna do homem monstro' juntamento com um policial de alain delon, chamado 'jeff'. esperei sentado num bar que ficava ao lado do cinema das 5 e meia da tarde até as 20e45, quando abriu a bilheteria eu fui o primeiro a comprar o ingresso. O cinema era muito bom,cadeiras estofadas de veludo bordeaux, tinha uns 600 lugares. de repente começou a entrar um bando de gente - casais, senhoras e jovens senhores com cara de professores. atras de mim tinha um casal de idosos muito distintos e o senhor disse- 'um amigo meu já viu este filme da Joan Crawford quando estreou há umas semanas atrás e gostou muito, só não gostou do final, porque o homem macaco é metralhado numa caverna e morre'- (porra, o cara já contou o final do filme) - a mulher responde, 'ò joaquim mas eu ouvi dizere (estou imitando a pronúncia dela) - que é um filme de terrore, de monstros, e isso me assusta, não vou conseguir dormir esta noite" - e o marido - 'ó mulhere não sejas parva (idiota) - não vês que o filme é para maiores de 10 anos, se fosse de terrore, seria para maiores de dezassete (a nossa censura 18 anos). As luzes se apagaram e o filme começou- só que o filme principal é exibido por último, e eu tive que aguentar o jeff, do alain delon - pequeno intervalo, e pronto as 21 e 40, do dia 15 de janeiro de 1973, finalmente eu estava vendo o tão esperado 'trog' - estava em extase, quando Miss Crawford apareceu depois de uns 12 minutos, eu fiquei hipnotizado.
    o filme acabou por volta da meia-noite e vinte-na saída vi que eles estavam tirando o cartaz do trog e colocando para dentro- pedi para falar com o gerente, expliquei toda a minha odisséia e disse que queria comprar o cartaz de uma folha que estava no foyer, e que não ia fazer falta pois eles já tinham o de 6 folhas - o cara não só me deu o cartaz de graça, como a coleção de 8 fotos coloridas e o endereço da Warner de Lisboa, e que lá eles tinham mais material. e disse - 'nunca tinha ouvido um caso como o seu- só não lhe dou o cartaz de seis folhas porque o filme ainda fica em cartaz por mais 3 dias. os portugueses eram assim mesmo Carlos, tudo gente boa.
    voltei para casa, feliz, não só vi o filme da minha musa, JOAN CRAWFORD, como ainda trouxe o cartaz e fotos do filme.
    no outro dia sigo para a cidade da minha avó, e durante os próximos 8 mese que fiquei em Portugal, vi o filme mais 9 vezes, pois eles tinham todos os sábados nos cinemas, uma sessão chamada 'terror a meia noite' , e o Trog era dos filmes mais exibidos. viajei o País quase todo- aonde o filme ia, eu ia atrás.
    fiz amizade em Lisboa com o pessoal da Warner, e me deram práticamente tudo que tinham do Trog, ganhei até um trailler em 35 mm de presente.
    continua na segunda parte...

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  17. Em junho de 1973, vou a Londres com meus paes passear por uma semana. andando por picadilly circus, vejo anunciado , para a próxima sexta e sábado, nos cines Odeon e Classic, uma sessão chamada 'all night horror movies' onde eram exibidos 5 filmes de terror das 23 horas as 8 da manhã - é claro que fui, pois qual era um dos 5 filmes que ia ser exibido? 'Trog'. o ingresso dava direiro a cobertor e lanche. uma maravilha- os cinco filmes todos da Warner eram-'taste the blood of dracula' (sangue de drácula) - 'the shuttered room' (herdeiros do mêdo) - it! (o carrasco de pedra) - my blood runs cold (meu sangue ficou gelado) e é claro o Trog".
    volto a Portugal, e na partida para o Brasil, em setembro de 1973, na véspera, meus amigos da Warner, me chamam no escritório, e que tinham uma lembrança para me dar. me levaram para uma sala de projeção da empresa, e exibiram para mim como despedida o Trog- é claro que chorei de emoção. quem não choraria..
    esses meus amigos a maioria estão vivos até hoje (dulce madeira, carlos paiva, lolita) e me correspondo sempre com eles.
    e assim acabou de maneira gloriosa, minha odisséia em Portugal.
    já no Brasil, durante os próximos anos, nas tvs, na Bolívia, no Uruguay, e depois em vhs e agora dvd, vi o filme mais umas 10 ou 15 vezes -
    para mim 'Trog, o monstro das cavernas' é uma obra-prima menosprezada, por uns críticos imbecis, pretenciosos, metidos a donos da verdade, sem conhecimento, sem história, sem arquivo, um bando de 'maria vai com as outras' que ouviram o galo cantar e não sabem aonde.
    depois de ouvir a opinião de gênios do quilate de um Rubem Biáfora, Carlos Motta, Inácio Araújo e Carlos Primati, o resto ... é o resto não é mesmo?
    e para finalizar, em 1986, quando conheci o grande poeta Carlos Drummond de Andrade, na livraria leonardo da vinci, no rio de janeiro,o qual me foi apresentado pela simpática proprietária d. vania, sabendo que ele era um grande admirador de miss crawford, e ao lhe contar os comentários depreciativos desses sub-críticos em relação ao Trog ele,que já tinha visto o filme na tv, disse com sua voz, pausada e suave- 'jaime, para mim essa gente é simplesmente a 'fina flor do entulho' - o que eles falam, não se escreve, ou não deveria se escrever. o tempo fará juz a esse filme de nossa adorada Joan Crawford, você verá'.
    Já está fazendo nosso poeta maior, já está fazendo...
    abraço de JAIME PALHINHA

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  18. SEN-SA-CI-O-NAL!! Duvido que exista alguma história que supere essa epopéia para assistir a um filme! Cruzar um oceano e seguir o filme por todo um país certamente é a aventura mais apaixonante que pode existir com o cinema. A própria definição de "cult movie" pode ser resumida a essa relação entre o Jaime e seu amado Trog! Parabéns pelo relato e quero só ver se existe alguma história capaz de superar essa! Você ainda tem toda essa memorabilia do filme, Jaime? Tem ainda o trailer em 35mm? Isso são relíquias inestimáveis! Grande abraço.

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  19. CARLOS, OBRIGADO PELO ELOGIO, E É CLARO, VOCE JÁ DEVE SABER, TENHO TODO O MATERIAL PUBLICITÁRIO A RESPEITO DO TROG. CARTAZES, LOBBY CARDS, DEZENAS DE FOTOS CENA, FOTOS DE BASTIDORES, REVISTAS, CRÍTICAS, E O TRAILLER EM 35 MM, E É CLARO O FILME EM DVD LEGENDADO EM PORTUGUES, EXCLUSIVO DE MEU ACERVO, POIS O FILME NUNCA FOI LANÇADO NO BRASIL, NEM NO CINEMA, NEM EM VHS, E NEM EM DVD. FOI EXIBIDO SÓ NA TV, E É CLARO TENHO UMA CÓPIA DUBLADA DA ÉPOCA. PARA A SEMANA ESPERO VER A TUA CRÍTICA DO 'ESPETÁCULO DE SANGUE' (BERSERK) E DEPOIS 'EU VI QUE FOI VOCÊ' (I SAW WHAT YOU DID) - 'ALMAS MORTAS' (STRAIT-JACKET) 'RETRATO DE UM PESADELO' (NIGHT GALLERY) E 'PRECIPÍCIOS D'ALMA' (SUDDEN FEAR). E ASSIM O PÚBLICO DO TEU BLOG TOMARÁ CONHECIMENTO DOS ÓTIMOS MELODRAMAS DE HORROR E SUSPENSE ESTRELADOS PELA PRIMEIRA E ÚNICA MISS JOAN CRAWFORDABRAÇO DE JAIME PALHINHA

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  20. Caramba! Essa história do Jaime Palhinha é fantástica. Primati, que bom que você fez esse blog!

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  21. Primati, esse Jaime Palhinha não é um jornalista que escreveu há um tempo atrás para a extinta revista flash news? a minha mãe costumava comprar, e eu depois lia. me lembro agora que ele fez uma matéria com essa sua atriz favorita Joan Crawford, e outros mitos de hollywood, e ele tinha uma coluna na qual resgatava artistas brasileiros fora da mídia.
    esse cara é muito inteligente. ele está escrevendo para alguma revista atualmente?
    esses filmes da Crawford que ele disse que te enviou e que vais fazer a crítica, parecem bem interessantes - não vi nenhum deles. estão disponíveis em locadora?

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  22. Rafael, o Jaime teve uma coluna na revista Flash News e escreveu para muitos outros veículos, inclusive para a Cine Monstro, revista que editei há alguns anos. Você pode entrar em contato com ele através do site http://www.devoltaaopassado.com.br/, especializado em filmes raros para colecionadores. Lá você encontra todos esses filmes da Crawford, com certeza.

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  23. Este filme é muito tosco, mas pelo menos diverte bastante. O Trog era gay, como a maioria dos críticos de cinema!

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