Tá com medo de quê?
O filme já vai começar
Você foi convidado
Caronte no barco não pode esperar
Apague a luz, a guerra começou
Sob o capuz, delira o diretor
No filme que passa piada em cartaz
Pavor me abraça, isso não se faz
No espaço se vai, é a força que vem
Meu medo não teme ninguém
É o boom! Quem não viu? A casa caiu
Com a bomba na mão o vilão explodiu
O plano de fuga é jogo de cena
“Um Deus nos acuda”… Agita o cinema
Ele volta, revolta mistério no ar
Dos milharais uma estranha visão
Mais uma vez olha a encenação
Morrer de amar faz o povo gargalhar
Pare! Eu pego vocês, grita o mau condutor
Mas deu tudo errado, não há outro lado
Esse povo me enganou
Eu sou brasileiro, amor tijucano
Roteiro sem ponto final
Coitado o barqueiro entrou pelo cano
E brinca no meu carnaval
Eu sou Tijuca, estou em cartaz
Sucesso na tela meu povo é quem faz
Sou do Borel, da gente guerreira
A pura cadência levanta poeira
Assisti com os olhos a faiscar e a caneta a correr por sobre o bloquinho de papel, anotando o tema de cada ala e algumas curiosidades que eram ditas em meio à tagarelisse dos repórteres. Apenas para ter o prazer de listar os favoritos e depois poder procurar por mais alguns detalhes, quando toda a informação chegasse à internet.
ResponderExcluirÓtimo enredo. Alguns erros e um pouco de fuga quanto à proposta inicial, mas a passagem pela avenida foi incrível.
Nunca mais perderei um desfile da Tijuca enquanto Barros estiver lá. Um deleite para quem já não suporta a ideia da grosseria repetitiva que é o carnaval brasileiro.
Não sou aficionado por Carnaval, nem mesmo por samba ou desfiles, mas não tem como não se encantar com a criatividade desse pessoal. O barco do Caronte, com riquíssimos detalhes macabros em toda a sua extensão e as almas que ele carregava foi uma coisa espantosa. Mas nada se compara à divertidíssima comissão de frente com os homens sem cabeça. Só não se diverte com isso quem tem muita bronca de tudo. E, claro, não podemos deixar de comentar a participação de José Mojica Marins (Zé do Caixão) e sua filha Mariliz (Liz Vamp), num carro que homenageou dezenas de filmes brasileiros.
ResponderExcluirToda a atuação da comissão de frente foi maravilhosa.
ResponderExcluirE estou sendo sincera quando digo que não suporto carnaval, mas realmente não havia sequer um meio de não ficar interessada por toda a criatividade do Barros.
Aliás, ano passado ele também trouxe ilusionismo. Mas eu não me lembro de ter ficado tão bem feito ou de ter sido interpretado tão bem.
Enfim. Foram vinte e seis filmes, não é? Creio que a televisão poderia ter mostrado um pouquinho mais a respeito. Eu notei O Pagador de Promessas e mais poucos outros, pelo ínfimo tempo que dedicaram a filmar a ala.
Creio que só pecaram em investir de mais em algumas partes e deixar outras um tanto quanto pobres. Como o vestido da Porta-Bandeira que custava trinta mil reais pelas penas de faisão que o compunham. Desnecessário.
Igual a você, Carlos, passo longe de carnaval, embora tenha curtido isso há quase trinta anos. E vi o desfile deste ano por acaso, pois estava desenhando e me chamaram para ver os já famigerados "sem cabeça". Matei logo o truque, pois lembrei que o palhaço "Carequinha" fazia algo parecido encolhendo a cabeça numa gola parecida com a armadura deles. Mas o que mais me impressionou foi o barco de Caronte com seus detalhes lúgubres e ver Zé do Caixão e filha no meio daquilo, aliás, encerrando tudo. Li que ele falou que não sabe se terá coragem prá subir naquele carro de novo se a escola ganhar. Em meio à proposta do samba enredo quem parece ter ficado medo mesmo foi ele, rsrsrsrs... enfim, adorei mesmo ver o nosso ícone do horror ser homenageado junto com outras produções do cinema e até bati palmas no fim do desfile.
ResponderExcluirMas perae... Eu vi algumas partes do desfile. A proposta era falar sobre terror? No final tinha Transformers, Parque dos Dinossauros... Acho que imaginaram que tudo preto não iria chamar muita a atenção... Só se for isso!
ResponderExcluirEi, Rodrigo, não reclame tanto, meu jovem! Hehehe... O recado foi mais do que dado, e ainda mais com o Mojica representando TODO o cinema brasileiro, isso foi uma puta homenagem a ele. Poucas vezes o Mojica foi tão bem tratado e respeitado como CINEASTA, e não como uma figura folclórica ou bizarra. Isso é o que vale!
ResponderExcluirTambém não gostei dos Transformers, ainda mais logo na entrada do desfile, mas tinha sentido, pois as pessoas usavam fantasias que se "tranformavam" em carros e coisas assim. É bacana. Também tinha a cena da pedra gigante correndo de Indiana Jones, e uma ala maravilhosa do Tubarão, com direito a um tubarão devorando um banhista e tudo!
O fato é que esse desfile atraiu o interesse e a atenção de gente que - como eu - não se interessa por carnaval. A campeã insistiu naquela mesmice de homenagear figuras manjadas (no caso, o Roberto Carlos, que me motivou uma piada: "pelo menos foi um zumbi que ganhou"), e o diretor da escola diz que faz desfile, não "espetáculo", cutucando a Unidos da Tijuca. Ou seja, um pessoalzinho antiquado que não tem noção que carnaval pode até romper preconceitos e passar a interessar a pessoas que não se contentam só com samba e celebridades com pouca roupa.
Não foi reclamação não... Só queria entender exatamente a proposta do desfile pois haviam me dito que seria sobre o terror no cinema, depois sobre o medo e por último me pareceu sobre cinema.
ResponderExcluirA homenagem ao Mojica foi o ponto alto do Carnaval este ano. Justamente pelo respeito prestado ao mestre. Sem falar que nas cenas que vi ele tava que não se aguentava! Felizão!
Uma pena não terem vencido mas a idéia está aí. Essa coisa de trazer pro Carnaval gente que nunca se interessou (como eu e você) é um baita mérito pra escola.
Uma pena que como em outros meios, os tradicionais cabeças-duras é quem ditam as regras.
Como diria um amigo quando jogávamos War: "Vocês só estão se enfraquecendo!"
Acabei de telefonar para o Mojica para lhe dar os parabéns pelo 75º aniversário, que ele completa no domingo, dia 13, e também por essa homenagem da escola de samba. O velhinho está muito feliz, extremamente honrado pela homenagem, e ficou ainda mais contente quando falei para que ele estava representando todo o cinema brasileiro! Ele disse que foi convidado para o "desfile das campeãs" que acontece amanhã, mas está cansado demais, não aguenta mais viajar, e não deve ir. Disse que a filha provavelmente insistirá para ele ir, mas ele quer ficar em casa. Mas é como falei para ele: o recado já foi dado! E muita gente entendeu e o respeita mais ainda!
ResponderExcluirÉ. Eu já havia lido em algum lugar que ele disse que não desfilaria de novo por causa do cansaço e que estava com medo de ficar lá em cima do carro.
ResponderExcluirParabéns ao mestre. Ele merece.
Aliás, dia 13 merece um post em homenagem ao próprio hein?
Pois é, Rodrigo, eu já falo tanto de Mojica no blog que tenho medo que o povo pense que não tenho outro assunto! Mas certamente terá um post sobre ele; coisinha simples, que entrará ano ar amanhã à tarde. Fique atento!
ResponderExcluir