Renny Harlin escreveu seu nome de maneira infame na história do cinema de horror ao dirigir aquela horrível prequel de O Exorcista em 2004, um raro caso de filme detestado unanimemente. No mesmo ano ele fez esta mistura de ação, suspense e horror, sem se definir por nenhum dos gêneros. Caçadores de Mentes (Mindhunters) é outro filme a mostrar a supostamente fascinante rotina dos agentes do FBI - depois de O Silêncio dos Inocentes e Arquivo X, esse parece o emprego dos sonhos de todo mundo que quer viver emoções fortes.
A trama acompanha o treinamento de um grupo de perfiladores (é desta maneira que a legenda traduz profiler, não sabia da existência dessa palavra), agentes policiais encarregados de traçar perfis dos assassinos mais perigosos para tentar antecipar seus passos antes que voltem a matar. O encarregado pelo grupo é interpretado por Val Kilmer, no breve papel de um agente durão e intolerante, que parece ter um prazer sádico de humilhar os alunos. Os treinandos são liderados por Christian Slater, outro que aparece pouco e é responsável pela única genuína surpresa do filme, pois é o primeiro a ser morto por um serial killer que se infiltrou no grupo disposto a eliminar um a um.
A premissa - pouco provável, mas esse é o menor dos problemas do filme - coloca os recrutas isolados numa ilha onde devem investigar uma série de crimes numa missão simulada. Porém, logo no primeiro cenário eles já descobrem que estão diante de homicídios bem reais, cometidos por um assassino metódico, com obsessão por detalhes. Relógios quebrados, estrategicamente posicionados, apontam o horário em que ocorrerá a próxima morte, então o objetivo dos sobreviventes - entre eles o rapper LL Cool J - é tentar impedir que o criminoso volte a agir. Cada morte é precedida por pistas enigmáticas que o assassino planta no local; mistérios absolutamente desinteressantes, de tão improváveis e absurdos. Uma dessas charadas é uma série infindável de números, que um dos agentes decifra como sendo a velocidade da luz. Isso significa que um deles será morto por luz; ou melhor, por lâmpadas elétricas que provocarão uma descarga de alta voltagem ao entrar em contato com a água. Perto disso, até as sádicas armadilhas de Jigsaw em Jogos Mortais parecem mais plausíveis.
No final das contras, Caçadores de Mentes não é um filme tão ruim dentro desse subgênero de serial killers, mas é indicado mais para quem gosta de mortes espetaculares, explosões, correria desenfreada e exibição generalizada de macheza - até as mulheres são do tipo que falam aos berros e empunham armas - do que propriamente aos apreciadores de uma boa trama de horror e mistério.
Que bom que um filme ruim desses garante pelo menos um texto bom seu. Acho muito divertido vê-lo falando de filmes ruins, é muito engraçado, hehe.
ResponderExcluirCarlos, esse não foi o primeiro filme de horror do Renny Harlin na verdade seu "debut" foi "Prision", que teve seu título no Brasil de "Duro de Prender".
ResponderExcluirDepois ele fez a "Hora do Pesadelo 4".
Oi, Thiago. Sim, eu sei que o Renny Harlin fez outros filmes de horror antes, quase todos muito ruins. Ele é um diretor de filmes de ação, de explosão, e parece bem fora de seu ambiente quando faz horror. O PRISON foi lançado no Brasil como DURO DE PRENDER, para tentar pegar carona no sucesso anterior do Harlin, DURO DE MATAR 2. É nesse tipo de filme que ele está mais na praia dele...
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