CRÍTICAS, ANÁLISES, IDÉIAS E FILOSOFIAS EM GERAL A RESPEITO DE FILMES DE HORROR DE TODAS AS ÉPOCAS, NACIONALIDADES E ESTILOS, E MUITAS OUTRAS COISAS RELACIONADAS AO GÊNERO

terça-feira, 2 de março de 2010

Juvenília (1994)


   Antes do advento do DVD e - principalmente - da internet, curtas-metragens ficavam restritos a uma pequena camada de cinéfilos, quase sempre estudantes de audiovisual. O restante nem sabia da existência desses filmetes, ou só ouviam falar a respeito, sem saber onde encontrá-los. Não é exagero dizer que a história do curta-metragem brasileiro ainda precisa ser devidamente contada. Para deixar minha contribuição nessa difícil empreitada, quero resgatar aqui um dos curtas nacionais mais impactantes que já tive o privilégio de assistir (na sala de cinema, onde seu efeito é ainda mais devastador!): Juvenília, escrito, produzido, dirigido e montado por Paulo Sacramento em 1994. Sacramento é diretor do documentário O Prisioneiro da Grade de Ferro (2004), produtor de Encarnação do Demônio (2008) e o mais premiado (e requisitado) montador do atual cinema brasileiro.
   Há alguns anos, Juvenília foi motivo de polêmica numa lista de discussão da qual eu fazia parte, com os argumentos se limitando à questão do direito (ou não) de se matar um animal para fazer arte. Espero estar elevando a discussão com esta postagem, tentando ver além desse detalhe e buscar a essência do filme. Tenho certeza que Juvenília continua chocando e causando polêmica (duvido que esta não seja uma de suas propostas), mas espero que a oportunidade de (re)ver o filme possa melhorar as argumentações. Fica o aviso àqueles que ainda não conhecem o curta: Juvenília tem cenas explícitas de violência contra um cachorro. Quem não tiver estômago forte, é melhor nem assistir ao curta!


   O filme, totalmente narrado por stills em preto e branco, mostra um grupo de jovens que, sem qualquer motivo aparente, decidem espancar um cachorro. O elemento chocante, até mesmo revoltante, é a maneira casual com a qual se dedicam à tarefa, rindo e se divertindo com a brincadeira. Como toda obra de arte, o curta é aberto a interpretações (muitas das que eu li são completamente desprovidas de inteligência), mas para mim é o retrato perfeito da doom generation, dos jovens tomados pelo tédio e pela absoluta falta de objetivos - algo como a ressaca pós-grunge. Um rebelde que golpeia o vácuo, sem sequer saber o motivo de sua explosão de violência.
   A cópia do curta disponível aqui, via YouTube, foi retirada de um surrado VHS. Está em péssimas condições, mas plenamente assistível. O próprio Sacramento não tem uma cópia melhor, pois o curta nunca foi transferido para o formato digital. Até que isso seja providenciado, o vídeo quebra o galho. A seguir, uma breve entrevista que fiz este final de semana com o cineasta para contar um pouco sobre seu filho mais controverso.


Qual foi o processo usado para a realização de Juvenília? Foram feitas as fotografias e depois transferidas para 35 mm?
   Sim, fizemos primeiramente um storyboard bem detalhado, e a partir dele encenamos com os atores e fotografamos ao invés de filmar. Uma vez batidas, reveladas e ampliadas as fotos, eu as filmei de uma maneira bem tosca, em VHS mesmo. Fui para uma ilha de edição de corte seco (VHS!!) e fiz um rascunho da montagem. Uma vez feito esse trabalho, minutei os tempos que precisava, filmei as ampliações das fotos em um table-top, que é basicamente uma câmera 35mm de cinema presa em um trilho vertical, apontada para uma base onde se prendem fotografias ou desenhos. É o equipamento usado (ou melhor, era!) para qualquer filme de animação. Essa montagem prévia no VHS foi fundamental pois tínhamos apenas duas latas de 35mm, ou seja, menos de 9 minutos de material virgem. Como o filme finalizado teria 7 minutos, veja o aperto! Bom, depois do table-top, revelamos o filme e fui para uma moviola já com o magnético transcrito para fazer a montagem. Era assim antes do advento da tecnologia digital, hoje seria tudo bem mais fácil e barato!

O filme causa incômodo no espectador por mostrar jovens saudáveis e alegres cometendo um ato abominável. Qual é a mensagem que o curta quer passar?
   Como diria o Orson Welles, um filme morre quando vira veículo de uma mensagem. Não há moral da história, mas um sentimento muito forte que o filme provoca. Ele faz o espectador pensar, utilizando-se do cinema e da violência como um anti-espetáculo, algo realmente terrível. Ao final do filme, há uma quebra decisiva de perspectiva. Está claro que não estamos ao lado da barbárie.

Como foram realizadas as cenas de esquartejamento e evisceração do cachorro? O animal foi morto durante as filmagens?
   Tínhamos um sério problema para realizar esse filme. Como mexeríamos com vísceras de um animal, havia a possibilidade de contaminar a equipe e o elenco com raiva, uma doença horrível. Um cachorro só transmite a raiva nos últimos dias de sua doença, então ele morre. Quando um cachorro morde uma pessoa, ele é preso e posto de quarentena. Se ele morrer nos três dias seguintes à dentada, o caso é grave. A pessoa vitimada deve então tomar injeções fortes e perigosíssimas. Se o cachorro não morrer, não há necessidade, pois ele não está contaminado. Como nosso cachorro estaria já morto, não poderíamos ter certeza se ele estava doente ou não. Por isso tivemos que arrumar um animal em um canil em uma cidade próxima, onde não haviam registros de raiva nem em cachorro nem em morcegos há cinco anos. Os canis funcionavam assim: um cachorro era recolhido da rua e ficava três dias esperando que alguém reclamasse por ele. Se ninguém o procurasse, após três dias ele era sacrificado. Por dia aconteciam de 5 a 10 sacrifícios nesse canil que eu visitei. Eles apoiaram a realização do filme e eu pude escolher um entre os corpos eliminados naquele dia. Foi com esse corpo que filmamos, já morto portanto. Ah, sim, a presença do cachorro na filmagem era muito desagradável, ainda mais depois de seu ventre aberto. Muitos atores se recusaram a colocar as mãos ali dentro e eu mesmo tive que fazê-lo nos planos fechados!

A trilha sonora é uma faixa do disco Ummagumma, do Pink Floyd. Por que escolheu essa música?
   A faixa chama-se “A Saucerful of Secrets”. No disco Ummagumma tem a versão ao vivo, que utilizamos. Era fundamental para minha concepção os aplausos finais. Tive a idéia desse filme ouvindo essa música e acho que ela se encaixa à perfeição com o que eu queria. Lembrando que o filme é praticamente um video-clip, não tem diálogos ou qualquer edição de som acrescentada à faixa. Bem, a música não é creditada por motivos óbvios!

A tomada final, na minha opinião, é o momento mais poderoso do filme, devido à longa exposição da imagem do cãozinho. Isso me lembrou o estilo de Werner Herzog, que costuma inserir cenas parecidas em seus filmes, chegando a deixar o espectador desconcertado. Em Juvenília, temos tempo de pensar que o cãozinho será a próxima vítima do grupo, ou que ele é mais civilizado do que o Homem, ou que vai vingar a morte do outro cachorro... O que, afinal, significa esta última cena?
   Nunca tinham feito essa comparação com o Herzog, que muito me honra. Para mim ele é o maior diretor de cinema vivo do mundo, penso que ninguém nunca foi tão longe quanto ele. Bem, o tempo de exposição desse plano é fundamental. O filme não se completa, ele recusa-se a acabar, ele obriga o espectador a ter uma reação, a tomar uma posição. Após a música encerrar, ainda faço um ou dois zooms, em silêncio, rumo ao cachorrinho. Está claro, ele somos nós, os espectadores, as testemunhas dessa história. Essa última foto foi dirigida pela Debora Waldman, que desenhou também o storyboard. Nessa hora eu estava na delegacia mais próxima, prestando esclarecimentos, pois um morador do entorno do set de filmagem (a sede atual da Cinemateca Brasileira, antigo Matadouro Municipal) nos denunciou. E a polícia que veio nos prender foi a mesma que havíamos solicitado para fazer o isolamento da área, mas que não compareceu alegando “falta de efetivo”!!!

Como foi a recepção do curta nos festivais em que foi exibido?
   Foi super mal exibido em festivais brasileiros na época, embora tenha se tornado muito conhecido nos bastidores, na classe cinematográfica. No exterior, ao contrário, ele foi exibido em uns 40 países e ganhou prêmios bem importantes na Itália e na Alemanha. Mas o maior deles foi o de Melhor Filme no festival Rencontres Internacionales Henri Langlois, na França, um dos mais renomados festivais de escolas de cinema do mundo. Para se ter uma idéia, no júri estavam, entre outros, a Bulle Ogier (atriz de O Discreto Charme da Burguesia) e a Caroline Champetier (fotógrafa de diversos filmes do Godard). Foi muito foda. Mas aqui no Brasil eu fiquei estigmatizado e levei sete anos até conseguir fazer outro filme!

19 comentários:

  1. Carlos, pode me chamar de Babaca e bundão. Eu me nego a ver esse curta. Mesmo com a trilha do Pink Floyd, acho que isso é uma coisa totalmente sem sentido. Nem que o cãozinho fosse digital eu assistiria. No filme "Faces da Morte" a única cena que pulei foi a do Macaco que você deve saber qual é. Uma pena mas vou deixar de ver uma coisa super rara. Bom divertimento pra quem encarar. Abraço - Marco

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  2. Poxa, ainda me lembro deste episódio da tal lista! Mas não seria ele sobre um certo quati? Realmente entendi seu ponto de vista sobre o retrato de uma geração perdida e sem escrúpulos, mas acho que os rapazes deveriam ser mais jovens ou o filme feito atualmente onde a situação é mais acentuada. No mais, acho que "chutar cachorro morto" é a expressão, não achei o filme grandes coisas, achei até meio pretensioso mas podia ser mais cru neste sentido já que a idéia era "chocar ou criar polêmica" entre outras, claro.

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  3. O episódio do quati é outro. ;) A discussão acerca do JUVENÍLIA foi mais tranquila, mas pouca gente tinha visto o filme (eu, inclusive), então só se falava do tal cachorro morto.

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  4. Nossa, eu lembro bem do quebra-pau na Canibal Holocausto, mesmo porque fui um dos protagonistas! Na época eu não imaginava que mais tarde você e o Ramalhão se tornariam amigos.

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  5. >O episódio do quati é outro.

    Um episódio antológico, diga-se de passagem.

    Ótimo curta do Sacramento.

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  6. Poxa, o Leandro elogiou o curta! Ganhei o dia! (Falando sério.)

    Herax, o Dennison tem um modo deveras (digamos) "enfático" de expor suas opiniões. Eu também não primo pela sutileza. É natural que saiam faíscas. Mas na discussão eu também discordei do Cid, que também é um grande amigo meu. Enfim, acho que é preciso um bocado de tolerância para se discutir via internet, porque as pessoas tendem a interpretar tudo como provocação ou levam pelo lado pessoal. E nem todo mundo sabe ser educado no mundo virtual (e em outros também).

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  7. Cara, que soco no estômago! Obrigado Primati por disponibilizar isso... Quanto ao lance de se utilizar a crueldade em animais para se fazer um filme é uma questão muito complicada! Será que a cena da tartaruga em "Cannibal Holocaust" teria o mesmo impacto se ela fosse de CG? O grande Jodorowski diz se arrepender de matar animais em suas primeiras obras (como em "El Topo", por exemplo). Na famosa cena do olho rasgado pela navalha em "Um Cão Andaluz" Luis Buñuel utilizou a cabeça de um novilho (sim, é um olho de um animal que vemos naquele close!), sem contar no seu outro curta "Tierra Sin Pan" a.k.a. "Las Hurdes" lá pelas tantas vemos um burro morto coberto de insetos, pois bem, sabe-se hoje que o próprio Buñuel teria matado o bicho e o coberto de mel para atrair os insetos! Tudo por uma cena!Podia citar diversos outros exemplos como todos os outros filmes do ciclo de canibais do cinema italiano, o curta "Boi Bom" do Petter Baierstorf, em que estripam um boi (outro que alega arrependimento atualmente), ou o esquisito "Mamilos em Chamas" de Gurcius Gewdner, que utiliza coelhos mortos como marionetes! Não sou de ficar em cima do muro... mas essa questão me soa complicada, gostaria de ler mais argumentos (prós e contras) a esse respeito. De qualquer forma agradeço de novo por postar esse curta, que para mim foi impactante e perturbador, e que eu não conhecia ainda... Agora, que história é essa do quati?

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  8. Blob, concordo que essa questão é complexa, e qualquer um que não seja radical - para um lado ou para o outro - tem dificuldades de discutir esse assunto, pois resvala na hipocrisia, no panfletarismo e mais num monte de coisas inconclusivas. No curso de horror que ministro eu proponho aos alunos uma discussão sobre os limites da realização de um filme de horror tomando por exemplo os excessos de CANIBAL HOLOCAUSTO. Gosto de ouvir argumentos inteligentes, porque eu mesmo não tenho uma opinião formada (sou contra a matança de animais, mas não sou contra os filmes que fizeram isso no passado, se é que dá para entender essa contradição...).

    Sobre o JUVENÍLIA, espero que tenha ficado claro a todos que o cachorro já estava morto antes de o filme ser feito! Se temos que culpar alguém, deve ser essa maldita instituição chamada "carrocinha". Vi que tem gente condenando o filme sem nem tê-lo vistou ou nem mesmo lido a entrevista com o Sacramento. Isso, definitivamente, não ajuda em nada na discussão.

    Sobre o quati, é engraçado e patético ao mesmo tempo: um infeliz apareceu numa lista de discussão da qual eu fazia parte (e também uma baita elite de aficionados por filmes de horror) e começou a malhar o filme CANIBAL HOLOCAUSTO e todos que gostam do filme. Detalhe: o próprio nome da lista era CANIBAL HOLOCAUSTO! Aí o sujeito foi unanimemente esculhambado, pois os argumentos dele se limitavam a lamentar a morte de um quati no filme. Eu acho esse filme um dos exemplos máximos do que a arte de horrorizar pode criar de melhor, só que o sujeito estava lá só para chamar todo mundo de doente e sádico. Se isso fosse verdade, outros filmes do ciclo de canibais italianos, com cenas muito mais cruéis do que essa do CANIBAL HOLOCAUSTO, hoje seriam muito mais cultuados e respeitados. Enfim, essa é outra discussão complexa que, talvez, algum dia eu traga para o blog.

    Fico contente que tenha apreciado a oportunidade de ver esse curta! Abração!

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  9. Pois é, me encontro nessa mesma contradição que você. Sou contra a crueldade aos animais (apesar de não ser vegetariano, pois como bom gaúcho adoro um churrasco). E essa questão de limites é algo realmente complicado... Então o episódio do quati se referia ao "Cannibal Holocust", pensei em se tratar de algum outro filme... Sim, eu tinha lido seu texto e a entrevista com o Sacramento e sabia de antemão que o cachorro já estava morto, mas será que organizações como o PETA se ateriam a esse detalhe? Abraços.

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  10. Pois é, Blob; como falei, quando o radicalismo entra no jogo, perde-se a razão. Eu acho que arte não deve ter moral, não deve ser politicamente correta, não pode ter limites. A arte é a vanguarda do ser humano. Temos que cobrar moral, decência, honestidade e coerência de governantes, não de artistas. Nós vivemos numa sociedade na qual se cobra um comportamento ético mais de esportistas e celebridades do que de políticos. Aí a coisa fica complicada...

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  11. Acho ótimo que tenha disponibilizado esse curta e provocado esse tipo de discussão.

    Eu também fico meio confusa em relação a isso, mas não considero válido esse tipo de uso de animais vivos em qualquer obra de arte. Já pensou se todo diretor de filme de horror toma essa liberdade?

    Gostei do curta do Sacramento. Acho que ele se vira bem com a limitação de tempo e com o formato através do qual ele resolveu contar a história, as imagens. A música, é claro, também ajuda a dar um aspecto mais dramático, caótico.

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  12. Eu lembro de ter ficado revoltado recentemente quando li algo sobre um artista plástico que mostrou num museu de arte um cachorro morrendo de inanição. Realmente fiquei puto com o tal artista. Eu lembro dessa discussão sobre JUVENILIA na Canibal e queria muito conferir o filme. Obrigado por disponibilizar. Vou ver quando chegar em casa. Valeu!

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  13. São mesmo odiáveis esses abusos e imagino que existam leis que proibem crueldade com animais em qualquer lugar. Não seria fácil impedir a morte desse cachorro exposto como "obra de arte"?

    Só não custa lembrar que o cachorro de JUVENÍLIA já estava morto. Não entendo como ninguém xinga o Coppola por esquartejar um boi em APOCALYPSE NOW, mas já desisti de tentar entender isso...

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  14. Poxa! Essa discussão do quati levou mais de mês na Canibal. E foi por este tipo de gente que a própria lista morreu de inanição! Uma pena, pois era um bom ponto de encontro.

    É, eu sou contra a morte de animais para quaisquer fins que não sejam a alimentação, sou carnívoro de nascença, e não consigo entender nem apreciar o uso de animais em "obras de arte", seja Coppola ou Baierstoff, creio que não temos este direito mas isso vai do valor que cada um atribui às coisas.

    Quanto ao curta, não curti (dã!), não pelo cachorro e tal, não sei dizer. Tecnicamente impecável sim mas falta-lhe algo. Talvez um pouco mais de crueza, menos plasticidade. Não consigo dizer.

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  15. Acho que no caso do Coppola, ele já estava mostrando um costume, quase um ritual daquele povo lá das Filipinas. Eu já não vejo assim muito problema, já que a vaca ia pro brejo de qualquer maneira. :/ Mais ou menos como a cena da morte do animal num matadouro em AMARELO MANGA.

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  16. Acabo de assistir ao curta e, realmente, é impressionante. Não pelas (fortes) imagens que apresenta, mas pela mensagem fantástica e a maravilhosa cena final.

    É muito difícil ter uma opinião completamente formada, ainda mais sobre um tema polêmico como esse. COntudo, acredito piamente que o cinema é, acima de tudo, uma forma de arte. Por isso, para analisarmos obras controversas como Juvenília, devemos despir-nos de todo o tipo de preconceito que pode vir a surgir.

    Todavia, me incomoda pensar que para se realizar um filme um cineasta precise, necessariamente, maltratar ou matar um animal. Será que só existe um meio de se passar uma determinada mensagem? Eu não estou metendo a faca no peito de ninguem; todavia, eu não usaria essa alternativa na realização de um filme...

    Enfim, sobram elogios ao diretor Paulo Sacramento pelo talento e visão de seu curta-metragem, sem dúvida um dos melhores que eu já assisti. E, claro, parabéns ao Primati por ter disponibilizado uma pérola dessas aqui no blog. Valeu!!!

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  17. J. Luca, que bom que você se juntou àqueles que enxergam o lado positivo do curta! Concordo que a questão é polêmica e também defendo que arte não deve ter consciência moral ou responsabilidade social (pelo menos não deve se nortear por isso), mas é preciso deixar muito claro que nenhum animal foi morto exclusivamente para se fazer esse curta. Foi usado um cadáver que seria enterrado ou queimado ou jogado no lixo, sem qualquer utilidade. Graças a esse infeliz cachorro morto covardemente pelas autoridades, foi possível se fazer uma obra de arte que passa uma mensagem do quanto a covardia é odiável.

    Será que algum imbecil (e eles sempre existem, infelizmente) consegue dizer que o JUVENÍLIA incentiva a violência contra cães, gatos, crianças e outras criaturas indefesas? O próprio Sacramento afirmou que o filme nos coloca contra essa barbárie cometida de maneira jocosa, e a maravilhosa tomada final nos permite esse longo momento de reflexão.

    Um sujeito que gosta de chutar cachorros tem que sair arrasado de uma sessão dessas; não há prazer nessa violência, ainda mais por estarem batendo em cachorro morto.

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  18. Achei de péssimo gosto cada material deste diretor. Uma pena que a barbárie seja chamada de arte por alguns. Simplesmente é a bizarrice pela bizarrice esse tal Juvenília e, outros que tive o desprazer de assistir. Lamento muito o nível.

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