É um chororô antigo - porém necessário - reclamar do quanto nosso país não tem memória (para certas coisas, pelo menos). Uma delas é a televisão. Exceto quando a Globo faz algum aniversário redondo (40 anos, 50 anos...), pouco se faz para que sejam resgatados programas antigos, históricos, momentos inesquecíveis. E não adianta mostrar trechinhos de 30 segundos ou poucos minutos... tem que existir um resgate integral de programas que, do jeito que estão, permanecerão condenados a poucas linhas em livros de referência e a deixar o resto à imaginação de cada um.
No momento em que os espanhóis - para citar apenas um exemplo - resgatam sua história televisiva do jeito que podem, colocando à disposição preciosidades como a minissérie ¿És Usted el Asesino? e a antologia Histórias Para No Dormir, só nos resta sonhar o que deve ter sido esta adaptação de O Retrato de Dorian Gray estrelada por Tarcísio Meira em 1958. As poucas fotografias que sobreviveram para contar história mostram um cuidadoso efeito de maquiagem que exteriorizam o processo de decadência de Dorian Gray.
Esta dramatização do clássico de Oscar Wilde foi exibida originalmente no programa TV de Vanguarda, da TV Tupi, canal 3 de São Paulo. O rapaz atrás de Tarcício Meira na primeira foto se parece muito com Ronald Golias (talvez num papel sério, ou como um alívio cômico... como podemos ter certeza?); na segunda foto, quem aparece em primeiro plano é David Neto. O resto... fica para a sua imaginação.
Acho que a Globo "esquece" esses grandes momentos propositalmente... Eu ACHO...
ResponderExcluirComo é legal descobrir essas "novidades". Recentemente assisti a nova releitura do clássico, o filme Dorian Gray e achei razoável. Agora fiquei curioso por essa versão brasileira. E com o Bronco ainda por cima, hehehe!
ResponderExcluirOuvi dizer que na década de oitenta, por descuido e falta de apreço pelo material, que era guardado de forma relapsa, a grande quantidade de materiais altamente voláteis, como o nitrato de prata e o acetato, utilizados nos filmes antigos provocaram um incêndio no CEDOC da TVE, que culminou na destruição de um acervo inestimável com grande parte da produção televisiva e cinematográfica da década de cinquenta! É possível que este tesouro estivesse entre o material destruido...como podemos ter certeza?
ResponderExcluirMarcello Araújo
cara... o que será que eles fazem com esses filmes que nunca mais colocaram em exibição? a globo eu até axo q guardou e tal... mas e a band? poxa tinha um puto acervo do cine trash... sera q foi fora???
ResponderExcluire quanto a enquete sobre a rainha do grito... a rainha eu naum tenhu certeza ainda... mas a princesa eu jah ssei... a tal da garota do filme guerra dos mundos a dakota fanning... cara, akeles grito dela xegam a irritar, da vontade de da umas bolacha nela!!!!!!
ResponderExcluirIncêndios são a desculpa mais frequentes para a perda de todo esse material, o que apenas denuncia um descuido ainda mais com o acervo.
ResponderExcluirPior é o que fez a Bandeirantes com as séries de TV do José Mojica Marins (que muita gente garante que foi a melhor coisa que ele fez): as fitas originais simplesmente foram APAGADAS para se gravar por cima outro programa. Sem comentários;
Eu nunca me surpreendo com o descaso quase que nacional, por assim dizer, que há com relação aos acervos que realmente valem alguma coisa na tv. Mas, podem procurar bem preservados, trechos de autênticas cacas que foram produzidas pela dona Globo e outras mais que vocês encontrarão. Trechos antigos do Faustão, Xuxa, Aqui Agora, Programas de bate boca entre convidados e família lavando roupa suja em público, Casa dos Artistas, BBBosta 1º Ano, etc, etc. Porém, algo como essa excelente postagem do Carlos, só serve para os "pieces of shit" alienados dizerem: "É o novo!" De que o Brasil é um país sem memória, todos deveriam ter consciência. Eu gostei destas imagens aqui, A primeira foto me lembrou um pouco Hurd Hatfield, do filme clássico, que se puderem, assistam. Em preto e branco com uma parte à cores: o retrato de Dorian Grey.
ResponderExcluirJamais imaginaria que a TV brasileira tivesse produzido algo deste porte.
ResponderExcluirQuanto ao tradicional desleixo brasileiro em preservar a própria cultura, infelizmente não nos espantamos mais.
Li este livro e gostei demais. Um clássico, sem dúvida.
Isso aí é pra deixar qualquer um morto de curiosidade! É ridículo que tenhamos que ficar só na imaginação em relação a certas coisas porque a televisão simplesmente não tem interesse em reprisar, mas... fazer o quê? Será que eles não têm uma videoteca à disponibilidade do público? Bem que deveriam.
ResponderExcluirA TV Cultura está trabalhando para preservar digitalmente seu acervo não é? Taí um canal que cuida do que é seu. Outro dia estava vendo TV a cabo e me deparei com um episódio do Bambalalão! Dos primeiros ainda!
ResponderExcluirPrimati, nem colecionadores possuem estas tais séries do Mojica? Eu sempre quis ver isto e até sonhava com um lançamento em box de DVD! Que pena! :(
Rodrigo, é praticamente impossível que alguém tenha isso gravado. As fitas originais foram APAGADAS (isso beira o inacreditável...).
ResponderExcluirEnquanto isso, nos Estados Unidos, lançam uma coleção com mais de 1.200 (mil e duzentos!) capítulos da soap opera de vampiros DARK SHADOWS. É nessa hora que a gente enfia o rabo entre as pernas e fica quietinho...
Nossa cara, isto é realmente lamentável! E o pessoal reclama do discurso sobre a memória do brasileiro. Então vamos mudar o discurso, vamos falar do respeito do brasileiro pela sua arte... Tsc tsc tsc
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