Esta é a melhor cena de horror do filme Embrujada, co-produção Argentina-Brasil estrelada pela [preencha este espaço com seu superlativo preferido para espécimes humanos do sexo feminino] Isabel Sarli. O filme foi exibido há alguns anos, em sua versão original, no saudoso canal Retrô, como Enfeitiçada. Desconfio que esta cena não existe na versão brasileira, exibida nos cinemas como Mulher Pecado, com dez anos de atraso e uma trama que - segundo as fontes da época - é completamente diferente. No lugar da curiosa lenda do Pombero, uma entidade demoníaca que se manifesta quando ‘La Coca’ Sarli apronta suas safadezas, a remontagem brasileira insere uma desinteressante trama de contrabandistas ambientada na fronteira do Paraguai. Também acrescenta cenas com Teresa Sodré, outro prejuízo.
O diretor Armando Bo é considerado uma espécie de Russ Meyer dos pampas. Não é difícil entender por que. Inspiração e matéria-prima ele tinha em casa, pois era casado com Sarli. O galã de quase todos os filmes estrelados por ela era Victor Bo, nada menos do que filho de Armando. (Pausa para reflexão...)
Pois é... Bem, voltando ao mundo real... quase todos os filmes do casal eram vetados sumariamente na Argentina, censurados no Brasil e faziam sucesso no circuito alternativo de Nova Iorque e em outros paraísos dos raincoaters. A intelectualidade militante da época adorava odiar as peripécias de Isabel Sarli, que foi descrita - com inequívoca elegância - como “provável símbolo sexual para quem ganha menos de três salários mínimos” por um crítico do Jornal da Tarde.
Pombero revivido
A maquiagem do endemoniado Pombero no filme não é nenhum primor de efeitos especiais, mas se tornou cult o bastante para que um maluco argentino que trabalha desenvolvendo máscaras de monstros recriasse a entidade, que aparecerá num vídeo musical da banda de psychobilly Los Tolchocos. Confira aqui como ficou a bizarra máscara pintada e finalizada (são as mesmas imagens acima), e aqui para ver o making of dessa inusitada empreitada.
Pois é... Bem, voltando ao mundo real... quase todos os filmes do casal eram vetados sumariamente na Argentina, censurados no Brasil e faziam sucesso no circuito alternativo de Nova Iorque e em outros paraísos dos raincoaters. A intelectualidade militante da época adorava odiar as peripécias de Isabel Sarli, que foi descrita - com inequívoca elegância - como “provável símbolo sexual para quem ganha menos de três salários mínimos” por um crítico do Jornal da Tarde.
Pombero revivido
Primati, como você descobriu isso tido sobre a exibição no Brasil? Genial esse post!
ResponderExcluirOi, Laura. Li essas informações sobre a ficha técnica diferente no site da Cinemateca, e tem também naquele blog com críticas do Biáfora. Em todas as fontes, eles admitem que a confusão é enorme e nada parece fazer sentido, inclusive há outros dois diretores creditados: Egídio Eccio e/ou José da Costa Cordeiro. A trama da versão brasileira é sobre conflito entre contrabandistas, então suspeito que todos os elementos sobrenaturais foram limados do filme!
ResponderExcluirEssa Isabel Sarli era voluptosamente espetacular! Outra que explorava seus "dotes" em sexploitations hermanos era a Libertad Leblanc.
ResponderExcluirNão tenho nada contra nem a favor da obra de Armando Bo. Mas gostaria de comentar sobre os vetos na Argentina e no Brasil. Tirando a crítica intelectualóide, penso que a ED WOOD COLLEGE, universidade muito requintada, formou recentemente muitos realizadores com mais empenho e recursos que Armando. E ninguém sequer cogitou vetar nenhuma "obra" dessa turma que continua lotando salas e vendendo absurdos na rede pirata de dvds, cujo público maior é composto de "emputecentes" sem qualquer perspectiva cultural, mesmo com bom poder aquisitivo. Acredito que há filmes "trash" e filmes "bomba" sim, e ambos causam poluição e estragos no público. Porém, os que mais deviam ser vetados costumam vir tão enfeitados quantos carros alegóricos de escola de samba. Muito mais carregados de futilidade que este EMBRUJADA, que, quando muito, mal comporia um bloco de rua...
ResponderExcluirRapaz, mas que treco feio essa máscara! Não consegui ver o vídeo postado (PC zoado). O monstro do filme é tão ruim quanto este?
ResponderExcluirhehehe
OLÁ CARLOS - SOY JORGE DANEL, AMIGO DE JAIME - YA TE HE ESCRITO UNA VEZ PRIMERA,POR OCASION DE 'LA CAVERNA DE TERROR' (TROG) TE ACUERDAS?
ResponderExcluirBUENO, ESTOY MUY FELIZ POR TER USTED HABLADO DE MI COMPATRIOTA ARGENTINA, ISABEL SARLI, DE QUE HE VISTO TODAS SUS PELÍCULAS, PERO TAMBIÉN ME GUSTA DE LA BOMBA SEXY, LA RUBIA LIBERTAD LEBLANC, QUE TIENE UNA INTERESSANTE PELÍCULA DE TERROR HECHO EN 1968, 'LA ENDEMONIADA'.
QUE TAL USTED CON SU MANERA MUI PECULIAR DE ESCREBIR, HABLAR DE ESTA PELICULA DE LA LEBLANC?
MUCHOS SALUDOS DE JORGE DANEL (criador y integrante de la banda de los años 80, 'Brazilian genghis khan')
Nossa! Essa Isabel Sarli está tão maravilhosa nesta cena que é melhor eu guardar qualquer comentário... Só ela já vale o filme! Agora além do filme, fiquei curioso com o post do hermano JORGE DANEL... Esta banda é de cover do saudoso Genghis Khan? Marcone
ResponderExcluirOlá, Jorge! Sem dúvida, La Coca Sarli e sua colega loira Libertad Leblanc são dois mulherões incomparáveis! Tenho uma cópia de LA ENDEMONIADA, presenteada pelo Jaime, e também está na minha lista de futuras postagens aqui, afinal não me canso de falar do cinema argentino. Saludos!!
ResponderExcluirMarcone, esse aí é o PRÓPRIO Genghis Khan, pelo que sei. Só mesmo o Jaime ou o próprio Jorge Danel podem confirmar! Mas arrisco dizer que nosso querido hermano Jorge é justamente aquele careca que lembra muito o Imperador Ming, e que me deixava estranhamente intrigado na minha infância! (Desculpe se eu estiver enganado...).
CARLOS, O JORGE DANEL ME LIGOU AGORA E DISSE QUE DE MADRUGADA ESTAVA NA CASA DE UMA AMIGA QUE TEM COMPUTADOR E ELE PEDIU PARA ACESSAR SEU SITE (ELE DISSE QUE SÓ SABIA O NOME 'CINE MONSTRO' E MESMO ASSIM FOI FÁCIL ENCONTRAR) E FICOU CONTENTE POR ENCONTRAR COMENTÁRIOS POSITIVOS SOBRE A ISABEL SARLI.
ResponderExcluirSIM É ELE MESMO O LÍDER E CRIADOR DA BANDA GENGHIS KHAN QUE TANTO SUCESSO FEZ NOS ANOS 80 E INÍCIO DOS 90.A MÚSICA DELES DE MAIOR SUCESSO FOI 'COMER, COMER'. VOU ENVIAR VÁRIAS FOTOS DELE PARA VERES E UMA RECENTE DELE COMIGO AQUI EM CASA.
HOJE,COM MAIS DE 70 ANOS,APOSENTADO, ELE QUE FOI UM GRANDE COREÓGRAFO, TENDO INCLUSIVE TRABALHADO NO MOULIN ROUGE DE PARIS E VIAJADO MEIO MUNDO NOS ANOS 70 COM O SHOW DE ABELARDO FIGUEIREDO, 'BRAZILIAN SHOW' TENDO INCLUSIVE SE APRESENTADO PARA O EX-PRESIDENTE JIMMY CARTER NA CASA BRANCA, AINDA É CHAMADO COM CERTA FREQUENCIA PELA PREFEITURA DE CIDADES DO INTERIOR PARA DIRIGIR E MONTAR SHOWS.
ABRAÇO DO JAIME
Obrigado pelas informações Jaime! O Jorge Danel também lembra aquele Gênio de um desenho que tinha um camelo com asas! Eu achava muito legal o grupo Genghis Khan, mas no começo. Eu lembro do Jaime careca e fortão e de uma moça que no começo tinha uma roupa meio de guerreira e o outro cara eu não lembro muito. Acho que eles eram um trio. Achei uma surpresa super agradável termos o comentário deste cara que foi de uma das bandas ícones do pop brasileiro. Marcone
ResponderExcluirNossa, que chato a versão brasileira supostamente ter rejeitado o sobrenatural. É o que torna o filme interessante. Trama sobre traficante não deve agradar ninguém, convenhamos.
ResponderExcluireu fui um dos felizardos que viu os filmes da dupla Bo e Coca no saudoso canal Retro que a sky faz questao de nao ter ; por nao ter filmes de holyhood ; os filmes que eu vi sempre tinha uma critica politica nas entre linhas ; esplorasao dos indios de mao de obra , das mulheres e de varios outras questoes que sequer era tocadas pelos outros diretores na epoca
ResponderExcluirInteressante o seu comentário, mas realmente, a crítica nunca respeitou os filmes da dupla Bo/Sarli. Entretanto, não duvido que em breve a obra deles seja revisada por algum pesquisador de cinema argentino, da mesma maneira que a pornochanchada brasileira está sendo reavaliada pelos acadêmicos e finalmente levada devidamente a sério.
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